sexta-feira, dezembro 27

Ainda Não




Disse ele uma vez, há tantos anos, que todos seres tem seu tempo de viver a mais pura tristeza
A mais pura, em amar e não saber lidar
Em querer e ter de esperar
O amargar em desejar o que passou.
Disse eu que talvez esteja então vivendo esse tempo agora. Saber o fim desse tempo, ainda não.

quarta-feira, dezembro 18

Dele.Ele.Foi.Será.

-Ele: Ela, aos meus olhos




Não pertube quando ela estiver voltando
Fique em mim, por favor, em um compromisso de fazer sentir fraco a cada toque meu
Venha e me olhe de frente, enquanto eu estou aqui.
Eu sou. Serei. Seu servo, seu senhor.
Fico aterrorizado quando percebo regredindo para dentro de sua cabeça doente
É assim que sou. Serei - Estúpido. Mentiroso.
Eu fui, Vou ser. Jogando sem ser ganhador. Não há ganhador
Com ciumes, em viver a obsessão
Você minha - em cada erro e cinismo que se faz ser
Não deturpe meus olhos por eles pertencerem a você
Fique. Minha!
Enquanto eu acho te ter
Pule e se afogue dentro do ego meu
Te sufoco, com ódio em não saber te amar o quanto posso
No som que me dói ouvir - te machucar
Eu iria. Não fui.
Venha e me deixe de joelhos com sua outra lágrima falsa
Viva! Morra!
Fique e leve um pouco de minha alma que pouco resta. Toda vez.
Deite no chão e se imagine partir
Te seguirei.

segunda-feira, dezembro 16

Trem 4062 <> Vagão 26 - Noite Clara

Ele havia começado à temer a vida por esses dias
O medo do que não conhecia
A febre dos dias que não saberia

Pensou ele, perder tudo do mundo dourado, criado dentro da feição de uma menina irreal
Talvez sua conquista fictícia do que muito se iludia achar ter
O medo, do planeta que fizera sem nada avisar, sombra na vida do menino que se fez crer

Sabia ele, pertencer a um vagão do qual não mais sairia
A Luz dos olhos da qual amava não mais abriria
Com isso, era de seu conhecer, que para sempre
[Dentro dos olhos em branca luz de branda e eterna agonia, seu corpo e alma para sempre lá estaria.] 

quarta-feira, dezembro 11

Outono Foi

E tenho os olhos em cor de outono
A brisa leve e fria em cada vão olhar
O vento puro, levando folhas que já não mais habitam lá.

E vivo o gosto de branca flor
Que já em corte de sua seiva, transcorre e borda dentro das veias
Em temperaturas que já não mais se contam graus.

A minha alma se faz banhada - dentro de ondas de um Mar que própria fez
Não temo mais ao que já me fez cair. Em olhos d'água, tão fundas e rasas
Olho de todo, o eu que sou - Como um jardim.








terça-feira, dezembro 10

Dentro


A cada dia tenho te imaginado dentro

Dentro dos meus olhos
Dentro dos meus textos
Dentro do meu quarto
Dentre os meus cabelos
Dentro dos meus ouvidos
Dentre os quadros pintados
Dentre os meus suspiros
Dentro dos meus livros
Entre a razão dos choros infinitos
Dentre os meus perfumes
Dentro do meu orgulho
Dentro dos meus dias perdidos
Dentro do meu corpo
Em cada dentre vivo.

domingo, dezembro 8

Já Se Foi Meu Esperar

Acordo
Acordo
Acordo
e acordo.
O tempo tem passado tão rápido
Já não consigo mais ver. Não mais acompanhar.
Os dias que espero durante eles mesmos parecem muito durar.
Mas a noite chega e passa. Já se foi meu repousar.
Durmo
Durmo
Durmo
não durmo.
O tempo tem devorado minha vida
Já não consigo mais te ver, nem ao menos te fazer esperar
Os dias que sinto falta são aqueles que eu consigo lembrar
Mas nesses eu era outra pessoa. Neles eu não posso mais estar.
Sonho
Sonho
Sonho
e desperto.
O tempo me afasta cada dia mais de mim. Ainda busco isso em você
Já não consigo planejar como me iludir em te ver
Os dias que preciso realizar são aqueles que estão por acontecer
Mas ao menos se eu soubesse como e o que realmente preciso, talvez eu conseguisse ter.

quinta-feira, novembro 28

Dias

Exaustão 
O dia se fez dia
Acordou num tom laranja, fazendo já, nos primeiros minutos pós acordados o ser cansar
Os raios do tão grande Sol queimavam a pele das pessoas que começavam a tramar o seu dia
E no decorrer dele, ardia.
Durando o longo tempo que eles trabalhavam, sentiam a tão triste sensação de inércia
O se sentir desprezivel. O amargo do não criar, do não propor - Apenas obedecer.
Pela tarde, o voltar para casa. O peso, o desconforto. O mal-estar da alma
Levamos um peso o qual não conseguimos aguentar. Seguramos tão infelizes quanto, os animais
Fechados no centro de algum meio de voltar para onde queremos estar
O suor que escorre quente entre as mãos cansadas do dia a dia
Odiando tudo o que vemos pela falta do não poder terminar.
E renegamos qualquer pedido, qualquer alegria, qualquer desperdício
Chegou a noite, só queremos descansar.



Sexo


Não são todas as vezes. Nem todos os dias - Nem de costume
Porém, quando nos temos é essa completa sintonia
Gosto, não caso, de te olhar bem no fundo do que se faz crer. No que finge ser
Depois, despe-se, como se nada mais pudesse acontecer.
Seu olhar é tão infantil, meu amor, quando me olha sem nada e com tudo que posso oferecer
É uma criança esperando para brincar.
Seu olhar é tão perverso, perdido, quando, em segundos desmaterializa em sua idéia de concretizar
Um homem que sabe como e quando comandar.
E entra, por completo, te vejo e quero, como se não mais soubesse não fazer
Se contempla num desejo de então me satisfazer
E faz como quer, sabe como se submeter.
Suspira, grita e molha. Termina sua jornado em momentos de em Deus dizer crer.
Abraça, cansado - Um menino extasiado por dentro dos olhos voltou a ser.



 Comum

Não brinca. Acorda
Cansada do dia que está por saber
Assiste o que gosta, as vezes fingindo ser
As vezes fingindo saber, não estar, não crer.
São desenhos que faz nas luzes contra a parede sombreada
Os choros, que, incontidos, agravam o tanto que prende e acorrenta seu coração
Livros e músicas que ama por tempos e depois se vê desinteressada
Textos que escreve por longos dias e depois apaga
Sabe.
Bebe o vinho- tentando esquecer os dias que desperdiçou
Dorme - Tentando não amanhecer
Acorda feliz em saber que o que pensava no dia anterios sumiu da tristeza do seu ser.









domingo, novembro 24

0123. 3210.


Reflexo triste que existe dentro de cada meu primeiro olhar nas manhãs. Quebrou meus espelhos em dizer o que fui: Amor sem amar também fui. Querer sem estar também fui. Ir sem voltar também fui. Olhar sem tocar também fui. Me enganar e gostar, Sou.



.12.
Eu disse em meio a um temporal o quanto queria junto dele estar
Sabia pórem, que com o barulho da chuva e dos trovões a esbravejar ele não me ouviria
Ele me viu falando, só viu, sem ouvir. Não entendeu. Se foi então. Por tanto tempo.

                             _______________________________________________

1/2.10-11-12-13
Ela nunca me deixou no mundo dela habitar
Sempre tive a tão grande vontade de conhecer o que de fisico havia por trás do seu desconfiar
Meus olhos se perdaram no Céu tantas as vezes que eu ousei coloca-los à queimar
Para olhar e entender o azul tão fundo em que ela insistia se camuflar
Era uma menina com medo do mundo - Se escondendo para não se mostrar
Uma menina de sonhos tão duros - Uma vez me disse ter medo de não mais conseguir acordar
De medo, fugiu. Eu não sei mais como a encontrar.

                             ______________________________________________

11-13
Tenho caminhado pelas ruas todas as noites
Depois de cansada. Depois de ofendida. Depois de não me encontrar nessa vida perdida
Todos os dias ventam. As noites chovem o frio.
Notas de baixo valor estão úmidas dentro do meu bolso para pagar mais um copo vazio
Lembro dele o tempo todo. Acordo e viro.
Lembro da noite. Do som e de tudo, O que fomos. O que vimos.
Hoje, ouço o que as pessoas dizem
Não gasto com o que não preciso ter
Leio o quanto posso antes do entardecer
Chego e me deito - mais um dia sem viver.


                         _________________________________________________

.12.
Eu enxerguei nela um ser o qual um dia eu tentei ser
O medo de tudo que um dia eu possa de novo querer
Seu gosto é um segredo.
Conheço pela vontade em ter. Mas nunca a prova é real de poder
Se mate, menina! Suma de dentro do meu reflexo então.

.
.
.

0123:
0. Não quis conhecer. 1.Achei ter. 2.Não mais vi. 3.Ousei agradecer.

3210:
3.Não há como agir. 2.Tentei entender. 1.Busquei . 0. Sabia que seria meu motivo de viver.






quarta-feira, novembro 20

Júpiter

Naquele tempo; perdida em meio de minha confusão sem saída
Encontrei em Júpiter o que eu achava que nunca mais veria - A alegria
Não sei como me resgatou de tão funda dor na qual eu vivia. Com sua voz me fez voltar a vida.

Lua

Depois de tanto pelo o que fiz e quis não ter durado
Eu encontrei na Lua um ser amado
Me fez ver a cor do Sol e o gosto do Mar dourado
Sempre em meu lembrar as noites em claro que nele vi tão puramente seus olhos acordados.

quarta-feira, novembro 13

Monólogo - Para Sempre Lá

                                                     Em cena - Um homem, luz baixa em foco. 




Eu nunca soube por onde começar encontrar o que existia nela
Talvez por seus olhos, talvez seus amigos, talvez nunca nem tenha sabido
Eu a vi uma vez e lá já soube - meu coração estava entregue para sempre a um necrosar
Da primeira vez já cai dentro de seus olhos, que se mexiam com tanto dissimular
Eu olhei seus dias e tentei controlar
Observei sua vida e tentei ao seu lado caminhar
Desejei ter seu corpo e nele penetrar
Fisicamente. Emocionalmente. Eternamente.
Fisicamente queria sentir o ar congelante no qual se mantinha - O topo de uma colina
Alto e triste - A lua em neblina.
Quis roubar do seu vento o tanto de cor que te faltava e eu queria lhe dar
Emocionalmente, queria rachar a pedra que carregavas dentro de seu pensar
Um trabalho árduo, não me iludo, mas que decerto iria me compensar
Ver os porquês das perguntas que me fiz, e que, provavelmente, nunca chegaram a te fazer pensar
Te atingir, machucar, fazer sentir algo e depois confessar
Talvez depois de tanto trabalho eu encontrasse dentro dessa mente a causa de tanto observar
Lá dentro, ver realmente, com visão de olhos padecentes a tão grande matéria que a fazia brilhar
Álgebras que fecham qualquer possibilidade de eu conseguir passar

Para sempre me trancou lá.

sábado, novembro 9

O ter. O ser. O alegrar. O não amar. O viver.


  De ter certeza.
A vida onde começa e não termina.
A vontade de trabalhar para ter, ai comprar, dizer que tem. Não ter.
Se coisas livres que nossos olhos podem ter como o Sol no amanhecer
como um olhar sem saber o por que ou o dormir de descansar para então poder viver. Por quê?




   I e II
A diferença entre o não ser e o não ter. O não ser que não te faz bem, aquele que não basta que você aparente ser bom, querido ou melhor, se por dentro você não é. Isso é o não ser.
O não ter não vale de nada, o que se precisa ter? Precisamos ter algo para mostrar? Para valha o poder? Ou para que olhem para nós apenas o ter? O ter não vale a vida, o ser vale.
 O que somos, ou o que queremos ser.


   III


O que me faz pensar que eu fui feliz nos momentos nos quais eu acho que fui? Em algum momento, dentro de um momento eu sorri, e estava num lugar ou com quem gostaria - Isso me fez feliz. Eu vou lembrar?
Em algum outro momento eu me senti feliz, e quis que as pessoas que não estavam lá soubessem da minha alegria; Queria provar. Foram alguns momentos que amei viver, e busquei de novo ter, obrigando a vida fazer de novo acontecer. Por pura inocência achando que ia ter. Mas iguais novamente não vou viver. Não vão acontecer. Minha vida, como a de qualquer ser, corre águas que por duas vezes é impossivel beber. Posso matar a sede as vezes, mas não com o mesmo.




   IV
"...Foi a chuva que molhou friamente o que eu achava que poderia de novo amar." Mas no fundo sabia
que não. Eu quis, eu tive. Eu busquei e consegui, eu tentei pra sempre ter e ele acabou por ir.
Quem foi? Ele se foi ou meu coração? Ou ele levou junto com ele? Achei um dia ter tido um?
Perguntas que sei responder, sei de mim o que não vai mais acontecer.
Eu não quero porque não preciso. E o não precisar me faz não sofrer. E não é medo de perder, e só um não mais conseguir sentir que é meu para poder perder.


                                                                    
  V
Despertar!
Qual a certeza que se tem do que foi real ou não? A vida corre pelo meio dos dedos e você acha que ainda pode viver. O que valeu foi o que se lembra, ou o que se sonha ter. E se sonhar, vai acontecer? Por que a vida não basta sonhando o que se quer viver? Se eu quero, e imagino como a vida poderia ser, por que preciso fazer o mundo e o resto ver? Se para eu viver já é tão bom o que quero ter.
Como eu amo ouvir o som dos trovões cortando o céu cinza.
Foi o sol nascendo grande e luminoso num dia frio fora da minha janela, me dizendo para somente acreditar nele e não por isso eu precisava todo dia ver. Os dias que chove, ele não está ali, mas me disse que está.
Os dias luminosos ele se faz presente até o dia repousar. Mas a lua, a lua em qualquer tempo vai estar lá. Despertar.

domingo, outubro 27

3 asas

Uma coluna vertebral brilha no claro de luz sob o teto
Aurea lado a lado
Suspiros solitários - Em um prazer maior
Pensamentos dos três juntos
O tempo gritante
Ele de volta, não ouve nada
Tudo feito no silêncio de uma noite chuvosa
Em cores sem cor
Suspiro aliviada de mim mesmo aqui
Acho que não, seu grande interesse em mim sempre me interessou muito
Um ser de três asas.

quarta-feira, outubro 23

Lacrimologia

A matéria escura que não emite nem reflete luz, completamente invisível. 
A pista que  deixa é sua imensa força gravitacional - Se há matéria, há gravidade.
Quinta dimensão entre vãos e curvas de tão vasto mundo que se diz conhecer.

Vendo o que não se quer ver
Sendo levado para onde não quer
Encontrando o que não conhecia
Nunca mais querer ver o que se abriu para ver.
Impossível não lembrar.

Se  eu tivesse nascido três minutos depois que nasci eu não teria quebrado minha mão
Não teria ouvido o ônibus freiar,  não teria caindo na chuva, não saberia interpretar
Não teria conhecido ele por breve falta de tempo, não teria então amado ele.
Não teria visto meu Pai morrendo, Não teria vivido nada disso, não seria eu

Por certo, por errado, as luzes acenderam algumas vezes e me fizeram sonhar
Por outras, se apagaram por completo, e sofri com medo dessa tristeza nunca acabar
Então aprendi a amar e desprezar. Nunca odiar.
Em um momento de dor e sofrimento, no mais solitário e real, estou lá
O maior medo que qualquer um possa ter - Se ver, se conhecer.
Olhando para dentro de si e vendo sem nenhum limite o quão fundo se pode chegar.

Para o bem, para o mau.
Deitada, em um minuto fetal imóvel, enxergo quantos organismos fluem e vivem sem ver
Enquanto reflexos passam por mim, vistos do Céu, os vejo pelo meio das cortinas na janela
Busco como em um suicídio mental tudo que de pior existe em mim
Vejo esses sentimentos borrados no interior
Trazendo-os a flor da pele numa busca de me machucar
Proposital, cruel e imoral. Encontro ali o que busquei e destruo mais um desses pensamentos
A cada vez se vai mais de um ego escarmentado mente afora. Queimado e esquecido
Estou morrendo cada minuto por dentro, cada segundo de vida é levado um pouco de alma
E com ela se vai também a compaixão por si, o orgulho, o cinismo
.
Estou fingindo por fora, e com isso encontrando as vezes um ser que não sabe crescer.
 Me iluminando em uma atmosfera nociva
- E não sei mais sair. E não quero mais.

Me alimentando do que posso, repousando em outros planetas. Nascendo a cada dia.
Antes que eu falhe comigo mesmo. Antes que eu comece a viver de agonia.
Me rendo, sofro.
Entrego e conheço tudo que existe em mim
Deixo de vez - Nenhum apego. Nenhuma razão.
A dor já não sinto mais
Não amo mais 
Não sofro mais
Não julgo mais.

Mas águo - Choro o tudo que preciso eliminar.

quinta-feira, outubro 17

Marte


Tão quente são seus dias
Meu interno bipolar.
Tenho vivido com sua complexidade desde o meu primeiro chorar.
Em minha pouca idade de existência só agora consigo te enxergar.
Do sangue me livrei, me entreguei a um flutuar.

Saturno

Anjo vivo de olhos claros
Banha-me em puros sonhos que tanto teimo em sonhar.
No dia em que me convidou para ir com ele até o espaço.
E tudo tem sido mentira desde então.
E tudo que vejo é pouco desde lá.

Mercúrio


Tenho observado Mercúrio pelas minhas grandes lentes de telescópio lunar.
Nesses anos, o vi chegar tão próximo e as vezes me queimar.
Por vezes tão longe, ao ponto de me fazer te amar e chorar.

domingo, outubro 6

Casulos

Meu amor,

Hoje senti tanto a sua falta.
É um alarme tão falso mostrar que me divirto com tão pouco.
Estou morrendo, morrendo. E mentindo.
E continuo enxergando os trovões nos dias em que não chovem.

Andando nas ruas com uma aparência tão vazia, ruim.
Sorrindo vazio enquanto tomo um sorvete que tem seu gosto.
Todos querendo entrar. Rindo como um Deus.
Não vejo mais nenhum problema em mentir para mim mesmo. Montando casulos.
Quero fechar as cortinas de quem aplaude a minha frente e voltar ser o que sou atrás delas.

Meu, meu
Apenas com dezesseis já andava cambaleando enquando provava dos amargos que iria gostar
Estou acordada a todo tempo vendo se a Lua explode dentro do céu negro. Tão doce.
Esvziando, esvaziando.
Me lembre sempre porque seremos borboletas sem asas.
Ver beleza onde não há e querer voar sem poder.

Amor, amor
Não existe problema em vagar a noite rasgando memórias da forma mais triste.
Sendo que só assim vejo a vida que tivemos.

sexta-feira, setembro 27

A Tristeza é a Ilusão em Esperar Algo Que Foi e Nunca Irá Voltar

Antes Eu
Depois você.
Eramos imaginar, hoje só não mais.

É um buraco que se cava dentro da própria pele numa tentativa de poder voltar ser
Rasgando-se em pedaços que caem e ao secarem viram flores
E só conseguia sorrir quando te via dando um até logo que duraria muito tempo.
Olhamos para o chão e o que parecia poder ser real não estava assim tão distânte de nós
Mas fomos fracos e nunca aceitamos que deveriamos continuar.

Nosso coração então continuou para sempre infantil e sem rumo.


Prometemos não nomear os dias nem as noites
Quando acontecesse seria a memória inflamada durante os anos que seguiriam
Deixamos o amor ferido guardado dentro de algum lugar muito fundo a não ser revirado
E aprendemos a ver o Sol em cada novo dia que se fazia amanhecer. Em ter. Nos ter.
Gostamos de viver o pouco de tão pouco que sempre se escondia na luz de alguma estrela
Em um dia que pareceria surreal mas só era uma tarde de outono bem vivida.

Não me dizia mais nada que queria não dizer.
Não me fazia mais nada que pudesse fazer nos achar.
Escondia dizendo que não doia o que tanto se fez machucar.
Olhava para o alto de um Céu onde sabia que iria me encontrar.
A tristeza é a ilusão em esperar algo que foi e nunca vai voltar. Nunca.
Nos preservando de algo que temos certeza de que existiu e não devemos mudar.

sábado, setembro 14

26.40-1322J

Essa máquina turbulenta que se encontra no topo do meu pescoço, hoje, depois de um longo periodo de paz, se encontrou sem sua base nesse dia que parecia ser como como quase tantos outros.
Me perdi entre cinco dos meus maiores e mais ocultados pensamentos; do maior deles, o homem em que uma noite há anos atrás me pegou pela mão e me levou para o meio de um Mar escuro dentro de seu návio Inaufragável.
Dizia ele ali ter sido a melhor madrugada de pudesse viver. Para mim, a mais viva.
Mas vinha me matando desde então.

Nos tempos de paz em que me vi afastada do peso da lembrança, senti a tranquilidade que há muito não sabia. Porém, estava certamente congelada em uma pedra de gelo naquele
oceano ártico que um dia fomos.

Hoje - o descongelar. Pro mal me fez bem.
Em menos do que eu poderia esperar, toda aquela euforia latejante se fez pesar dentro da minha mente. E vi de longe a sombra de um Eu que um dia conheci.

Como de costume e de nenhuma espera de por quês, ele me encontrou; se fez ver
e não por não ter - Nos sucumbimos a um contato interno e de profunda destruição.

Arrancamos a alma no pouco tempo que tivemos de ter.
Não nos amamos. Nunca foi.
Mas sabemos o que existe de mais perdido e imutável dentro do outro.

domingo, setembro 1

Uma Vez no Horizonte.


 Não faço idéia do que se passa ai dentro desse seu mundo Repugnância de tudo que vê aqui fora
Seus três pensamentos. Conheço os três.

Puro, limpo e sem figura real
São dois buracos negros e fechados que não mostram nada
E já que está sozinho, volte pra casa.

Seu corpo é mas forte do que pensa, mas sabe.
Se fecha com a força que sabe que tem
Abre suas vontades impuras pra quem quiser
Prova delas, sem medo ou vergonha
Grita como quer e como precisa. Tem.
Sórdido e obsceno
Mas não as deixa ir além disso. É só o que tem a oferecer
O que há por trás disso ninguém sabe
Sem medo, fale comigo.

Ja teve algo real dentro dessa parte central da esquerda? Alguém ja usou? Alguém ja ousou?
Mesmo depois desse tempo todo permanece andarilho.

Seu lado brutal, grita e pede para verem o que você é
E ouvirem o mundo - o que o seu Eu precisa
Se mostra aberto, totalmente aberto.
O lado desejável, voa com a voz mais doce que já ouvi    Excita e acaricia quando estou lá. Não temo.
Só temo ser o que já fui e não sei ser.
Desvencilha. Me vejo - você é o mesmo.

Deveria ter aprendido com o silêncio
Quando você me escarmentou. Lá no horizonte.


terça-feira, agosto 27

Dedos Ricos Apontam e Riem do Globo Azul. Está por acabar.



Há uns anos existia em meu pouco conceito, um mundo que brilhava e tinha tudo a oferecer
O mundo que hoje já não enxergo mais.
Tão triste é abrir os olhos, tão infeliz é ver o mundo sangrar.
Sem cura, sem parar.
Nesse globo, grandioso e de tão caprichosas anômalias do espaço, encontro tantas cores
Tantas raças, tantos mares e tantas dores. Porém, só as dores desse azul vem me relevando o ver.
Meu coração é tão fraco para o que sofro em enxergar
Pessoas acabando com o todo e com o próprio ser - Matam, queimam, choram, sofrem.
Sem chances - Morrem.

[.]

Crianças magras mal lembram o que é se alimentar
Homens, os que correm nas ruas, descalços. Pisam em vidros. Sob garoa ou sob o Sol a queimar.
Puxam um peso que nem um animal também deve carregar.
Muitas vezes os vejo sorrir. Do que será?
As dores sem espera de cura num leito hospitalar. Quando a dor vai passar?
As pessoas que já passaram por tanto tempo da vida, já contam com as marcas da idade na pele
Para elas, onde existe um respeitar? Ajudar? Conversar? Acalmar? Não há!

Existe uma lei superior para tudo isso a nos infernizar
Do que vejo hoje são apenas os que tem mais
A lei, justa e pertinente. Para quem?
Vejo quem pode e quem tem, o básico do que se é digno de viver - Ignorar!
"Se passam e sofrem uma vida, de outro jeito não poderiam estar. O que se pode fazer...?"
Vejo eles a assim  pensar.
De deplorar. Degradar.

Organismos - todos vindos de uma mesma forma. Todos levados da mesma também.
Por que desse dividir o que é cor, idade, lugar, se pobre ou se feliz.
Quem pode e que vai até onde continuar.
Tendo desprezo a ver outros olhos a chorar?
Sem se importar e compartilhar. Por quê?
Prepotência estúpida em enxergar primeiro sempre o que é externo de cada. E só.
Abaixem o ego do que não vale viver. O que se veste; calça, come, bebe ou diz ser.
Divida o que se tem - O que for de comer e onde puder viver.
Carregue em paz um peito que um dia não vai apodrecer escuro e oco.
Faça o bem para si, antes é preciso saber existir. Enfim, ajude o que preciso for.
Quem for, o que for.

sábado, agosto 24

Noites no Ukiyo-e - Shunga

O paixão veio de uma forma brutal
Queimava e destruia por onde passava. Era ver o fogo alastrar em mato seco.
As raposas que subiam e desciam próximas da casa no topo do mundo.
Lá podiamos nos encontrar. Sempre próximo quando o ano estava em sua metade.
Meses do frio
A longa escada e a pequena fonte com carpas.
Longos eram os dias de espera para te ver chegar. E sabia que dos mais próximos iriam demorar.
A maioria dos dias só ficava na janela a olhar e aguardar.
Sabia da sua outra vida, da outra pessoa que exitia junto a você e que nunca iria acabar.
Mas estaria lá, sempre aos meios do ano lhe esperar.
Tão afastado do mundo era lá. Fora da terra. Ar de eternizar.

Ruido das plantas batendo com o vento noturno nas janelas
Era noite, você havia chegado - Samurai cansado.
Me tinha por completo. Quase um matar.
Primeiro me olhando como se eu por algo pudesse escapar.
Depois, inteiro lá.
Samurai cansado, estenda toda sua força dentro de mim. O mais fundo que puder.
Me queria tanto ali - me tocava tão forte e pesado.
Por vezes achava que você ainda achava estar a guerriar. Ou me enxergava cordas a querer quebrar.
Em ódio, em querer. Em talvez amar.
Eu que você nunca vai poder revelar. Eu nunca ousaria dizer não querer e não gostar.
Estava em minhas mãos, meus olhos, em minha boca. Onde quisesse estar.
Em um toque me pegue, me marque, quebre, sofra, peque, sue - Agora faça amenizar.
Sufucando por final. Tão quente. Via o seu tão profundo suspirar. Enfim o seu aliviar.
Sua alma perturbada por vagar saiu de dentro do seu corpo que caiu pesado sobre o meu.
Senti então seu cabelo umido escorregar sobre mim. Respirando com calma.

Levante e tome seu chá. Não mais quente que eu havia estar.
Quieto, só olhe. Sim, para sempre aquele lugar vai ser seu - Lá, o lugar e Eu.
Se troque, se vista. Me olhe com tanto desejar. Coloque suas botas armadas, abra a porta e se vá.
Mas volte no frio do ano que vem, meu amor que não posso amar.







sexta-feira, agosto 9

Monólogo da Posse - Amor Já Não é.

Em cena homem em pé - Foco de luz



- Eu não mais sei lidar com esse peso dentro de cada pensamento meu. Você.
É como se doesse parte a parte; Como se cada fio de dentro de minha cabeça fosse um medo.
Tenho em minha mente, a todo instante, suas mãos brancas tocando em mim.
Seus olhos me seguindo, seus cabelos escorridos em torno de seu fino pescoço.
De leve ouço sua voz, a qual me assombra. De tão doce, tão doce, me dói lembrar.
Não sei como e quando isso começou a acontecer, acho que estava perdido dentro de ti.
Cada dia junto era feliz, puro e de bem estar. Hoje, algo de ruim sobre você me destrói a cada dia
Temo em pensar que de alguma forma, algum dia seus olhos se voltem a alguém não sendo eu.
Que se arrume para outro alguém. Que converse mais feliz com um outro alguém
Que queira juntar sua pele com a de outro alguém.
Que ame
Que chore
Que sofra
Que deseje um outro alguém.


Vejo seus lábios que tanto desejo encostarem em cada copo que bebe, pelas noites, pelas manhãs.
Eles são meus, só meus. Não os use para o que não for eu.
Fique em mim sempre, meu ser amado. Nunca suma de minha pobre e doentia visão
Me perdoe por te querer assim: Tanto, tanto, que por vezes te machuca.
Olhe-me nos olhos, tão fundo ao ponto de me devorar
Rasgue meu peito e se vá. Te trago de volta.
Perco em garras um sangrar, sangrar...

Seu perfume, use comigo. E perca-o quando suar junto a mim.
Suas unhas, gaste-as em meu corpo que sinto-te machucar.
Suas lágrimas, desperdice-as comigo, quando eu te fizer chorar.
Por te amar, e tanto te amar.

domingo, agosto 4

Onde For Estelar

Tentando fazer não mais precisar do que acho que quero. Mas nunca o que preciso.
Não perder o que realmente vale. Se foi para longe demais. Além do que enxergo.
Luzes me guiem para casa, e me façam chegar confortável. Cair cansada e dormir profundamente.
Tão bom e raro é quando acontece.

Amando e tendo que deixar ir - se não tentar nunca saberá.

Fixe meus ossos mais fortes dentro de cada memória. Tudo que for bonito
E lembrar de cada lágrima que cair, pro bem ou para o que tiver sido ruim.
De rosto molhado por tantos dias - Quantas horas?
Ás vezes acontece, se perde algo que não se pode repor.

Venha ver o mundo aqui fora que diz amar. Você não sabe o quanto amável é.
Quebre os dias em muitos pedaços, para que partes sejam esquecidas, outras sempre lembradas.
Nunca ninguém disse que seria fácil. Me leve para casa - Onde for estelar.

Ficar se perguntando o que pode ou não acontecer - Álgebras. Álgebras.
Fingindo dizer sempre o que odiaria ouvir, tão sem porquês.
Nunca ninguém disse que seria tão difícil.

A ciência em cada parte de tempo que se desperdiça é tão pobre
De chorar num final cinza e não mais poder voltar. Então fique. Não faça sempre ser tão pouco.
Ouça alto, tudo que for alto o bastante que valha ser ouvido, meu amor.
O que for azul, o que brilhar, o que fizer lembrar. Sempre, sempre.
Como fomos. Somos.

quinta-feira, agosto 1

Homem do Alto Norte

É em um breve momento que paro e penso no quão mais alto você está daqui
Norte do mundo. Homem do norte.

Em fenos que passam ao vento em uma estrada abandonada na cidade de filmes
Você em algum deles.

E te vejo de longe, na vez que pensei ter ido até ai. Descendo montanhas - uma bebida nas mãos
Não te ouço falar. Sei que me esperou ali. Me quer lá.

Sempre tão longe, volte pra casa.
Em casa. Nunca sei quando e como posso ir te encontrar. Se algum dia vou. Virá.

Te seguro em uma vela. Luz onde estiver.
Homem do norte da terra, para que eu possa te ver.

Silêncio. O vento. Sua voz que às vezes acho ter ouvido
Caminha nas pedras sem nada. No norte da América alada.

domingo, julho 28

Xibalba

Da seiva branca vagarosamente vem. Imperceptível.
Da pálida pele quase sem reflexo, de tons de rosas. Trás a vida.
Eternamente.

O todo, de tudo nunca se perderá.
O que se sente, o que pensou, quem um dia viu; e só um dia. Ficará.
 Sempre.

O que é forte de verdade não há cimento que possa concretizar
Que tem raiz, em um ano ou em tantos, um buraco abrirá.
Uma árvore da vida. Leva a paz e deixa o que precisa ficar.

E não a quem possa impedir, tamanha é a vontade de precisar nascer
A folha, uma qualquer, seja onde for; logo se fará ver.

Xibalba - Tão breve, tão grande sua vida. Se faça florescer.

quinta-feira, julho 25

Estrela da Manhã

Estrela da manhã
Perseguindo, vai, sumindo na luz cinza azulada tão clara e fria.
As horas demoradas de dentro do corpo se passaram. Devagar mais uma noite.

Na chuva da minha vida, tão sem intervalos e de vãos tão grandes
Sinto que o mundo pode ruir a qualquer momento. E não vou ter ido ainda.
Das mentiras, do que vi, do que prometi. Nunca sai nem permanece no escuro
Sempre ao meio. Meia luz - meia sombra.
E se possível voar sem asas é, temo em ter.
Som. De todo ouço. Do Mar, do dia, das vozes. Da luz.
Caminhando com calma. Transbordando sem poder cantar. Nem sempre. Só quando.

E não me acalmo.
Iludo
Me iludo
Desfaço
Não posso. Quero. Não sempre.

E quando cai deste mundo, ficaram algumas perguntas no ar
Quantas vezes dormi, amei, me vi.
No Sol.

Estrela da manhã. Sei que está, não mais vejo e sei.
Se faz esconder, me anseio chegar. Perseguindo.
No som da cor da luz caindo em reflexos dourados dentro de cada gota de água quente.
Não só por isso, talvez eu iria embora daqui por ti.

segunda-feira, julho 22

Diálogo da distância - Mutações.

Em cena de sombra - Dois bancos - Duas luzes - Duas pessoas:



- Por que você é assim? Faz isso; Some, desaparece. Acaba comigo.

Eu nunca sei quando e se você vai voltar. Se vai.

- E me aceita.

- Você sempre volta, mas sempre que se vai, some, os dias passam, eu fico pensando se dessa vez vai ser pra sempre. E fico sempre a esperar o dia de te ouvir voltar. Me mortifico. É sempre tão pouco, tão triste.

- Eu não consigo pensar minha vida sem a certeza de que você ama meu não estar. É tão estúpido, egoísta e doentio. Mas eu me sinto bem, feliz nessa tristeza. Triste por vezes em saber o quanto isso te machuca. Feliz por ter certeza que de longe, sem saber de mim, você me tem. Pensa em mim.
Eu levo meus dias tão longos e sofridos. Melancólicos. Mas durmo e acordo bem, porque sei que você é meu. Único.

- Eu queria te ter perto, te vendo a cada pequeno momento. Todos os dias, minutos, mutações!
Queria sentir o peso dos teus olhos abrirem pela manhã. O gosto da tua boca depois de cada chá. O tato do seu corpo depois de te ver queimar.
Queria ver seus cabelos refletindo ao Sol, quando o dia se faz clarear. E sua tristeza de criança quando a chuva cai sem medo de te machucar.
Saber que você está ali. Sempre. Mas você é longe, distante.
Eu te queria tanto.

- Eu sei bem de cada vão pedaço que falta no teu peito meu amor. Eu.
Sei que realmente te dói o que faço quando faço. Me mata.
Mas pense, entenda. Eu te preciso mais do que sei saber. Juro e não consigo pensar que um dia passe pela sua cabeça você me esquecer...
- Eu nunca, como diz uma coisa dessa. De onde tem a coragem?

- Eu sei, se sei... Por isso note, meu amor. O que amamos é a ausência.
A falta do ter.
É um querer tão grande, exagerado. Imaginativo!
Mas tem nos valido a vida. Vale todas as horas de nossos dias.
- Vale meu desejar.
- Vale meu viver.

- Eu te procuro tanto, te vasculho nos meus sonhos, uma mísera palavra que eu quiser ouvir... Quisera saber... Não sei.
Não mais.

- Sabe de mim, e mesmo assim, me quer tanto, mas sempre longe.
- De qualquer jeito.

- Não me peça junto de ti ficar. Não me prenda. Não ouse tentar de perto me amar.
Eu te amo tanto, querido. Longe de ti, sempre ficar.
O que for perto, em raros momentos, vai ser um eternizar.

- Sempre, pra sempre.
- Distante. Tão longe. Sempre a promessa de te ver em meu pensar. Passo os dias te procurando..
- Sem achar
- Sem achar
- Sem te achar
- Sem me achar

Ambos: Pra sempre.

domingo, julho 21

Não amar. Desamar.

Uma vez me disse ter visto sempre o Céu chover
Não sei mais.

Era de costume perder toda a noção do que existia fora daquela visão da garoa caindo
A luz que a refletia, como se fosse queimar. Mas não.
Era você do outro lado do mundo de dia, e a noite que aqui se fazia.
Também não mais.

Eram os dias esperados
As manhãs bem acordadas
As tardes em que dormia
As noites de trabalho
Em madrugadas de agonia.

A chuva começa a fechar, visão a embaçar.
Não ver, não ter. Esperar.

Eu não sabia do seu mundo, como era ter essa idade de tanto se desprezar
Agora me acontece, vejo o que via cair e só agora sei como enxergar.
Tarde. Cedo. Na hora em que não sei começar.

Talvez os fios dos postes molhem com a água da chuva e queimem
Talvez a luz acabe aqui e me faça parar
Talvez, talvez, eu não sei mais o que sinto quando continuo a olhar.

quinta-feira, julho 11

Mais uma vez.

  Vi o sangue correr pelo canta direito da minha boca
Achei que iria morrer ali. Uma dor tão insuportável se fazia dentro de mim
O mal estar. Queria me sentir bem, de pé. Não queria está ali.
.
Sempre estranho é melhorar, de alguns tempos que fazem do seu corpo uma casa do peso
Quando a dor começa a passar, a calma e o sereno começam a voltar
É sempre estranho o sentir de volta, o bem, o poder voltar caminhar.

Eu me rendi ao que eu fazia jorrar para fora mim;
E coloquei sem receio de arrependimentos palavras enfim que tinha achado que só diria no fim.
Bobagem. Não machucou tanto assim.
O que estava doendo era real. Físico.

Assim, penso nas crianças que sentem tamanha dor
- e não vêem na vida um anjo de branco vindo para ajudar.
Vejo o medo que tenho quando horas de dor começam me fazer chorar.
Rezo e tenho a certeza de que aquele Ser está por mim, me faz viver.
Olhei minhas mãos, minhas garrafas d'água, o que eu podia precisar e comprar. Podia ter.
Melhorei. Mais uma vez.

sexta-feira, junho 28

No ar, meu ar. Se Foi.

Cai no chão e acordei com uma fumaça rosada a minha frente
Sua imagem apareceu ali, e você se materializou.
Nossa violência vai acabar aqui. Vamos ser bons.

Estava muito, muito frio. Assim como suas mãos, ainda não acostumadas novamente ao tempo daqui.
As minhas quentes, úmidas. Agora estamos juntos de novo, por um tempo tão curto
Fomos correndo, andando sem medo e em meio ao ar gelado pelas nossas plantas.
Ainda consegue sentir arder quando respira fundo esse tempo frio? Era como era.
Não sinta vergonha, nem medo. Somos ainda aquilo que morremos lá.
Apenas anos distantes, mas ainda lá.
Prove do liquido quente.

Era como sentar em algum lugar e aos poucos ir sentindo o Sol aquecer cada centímetro da alma.
Alma morna. Sempre um auge de sentir e ver ir.
Vou olhando para o Céu imaginando você ali. Como sempre quis. Flutuar. Flutuar.
Queria as vezes com você ir olhar tudo dai.
As águas descem dos olhos sem que eu perceba. Salgam a boca.
Se sentar próxima a você, sinto o cheiro das flores. O som da água correr, e ir.
Alma fria, agora se foi.

Sai de lá, tranquei os portões. Deixei anjos cuidarem de você naquela tarde.
Até mais amado.


quinta-feira, junho 20

Temo

Temo o Mundo

A não poder mais sair de casa
De não saber às crianças o quanto o ar era puro
O quanto as arvores balançavam
O céu azul e o Mar tão bravo.

Temo o Mundo

O amor virar uma história
Contada por povos do passado
Os quais andavam de mãos dadas
E prometiam morrer juntos.

Temo o Mundo

Mais guerras começarem por nada
Doenças alastradas
Pessoas não mais saberem pelo o que viver
e morrerem por nada.

Temo o Mundo
Mas queria não temer
Acordar todos os dias e poder envelhecer
Sem medo, sem rumo
Vivendo apenas, olhando o tudo
As frutas no pé, a água ainda fresca
Os sentidos a flor
Meus amigos e o amor
Pudera eu, todos os dias
Ver e ter tudo o que preciso
A cada minuto continuo
A cada vão momento perder
O ar que entra e sai
Para que se viva a vida vivida
Lembranças felizes, tristeza normal que faz parte
Depois, como de lei, ter o direito de morrer.

quarta-feira, maio 22

Salgando meus olhos de saudade, talvez eu venha a te ver.

O mar subiu na calda do meu piano negro
Ficou molhado, salgado, tão triste.
Uma onda alta, forte e rápida.
Levou toda a música que ali já não mais existe.

Eu tinha sonhado com ele no dia anterior. Olhava pra mim com a raiva de não mais querer meu amor
Mas sem resistir, em algo que disse, ele se deixou sorrir
Talvez eu não devesse ter falado com ele por ter sonhado
Eu achei que estava errado. Que eu precisava dele. Mas o deixei ir.

Eu bebi pelas veias pesados litros do soro da minha própria agonia
Não achava que por vestir outras roupas e ter que tirar as minhas eu sofreria
Foi assim por achar que por sempre eu perderia a Lua na luz da melancolia.

Sempre soube porém, que por não saber de mim mesmo, eu saberia o mundo
Talvez eu tenha chorado, perdido, fugido, corrido e pouco provável me encontrado
Quem sabe eu ainda esteja correndo no alto, e tão logo ou tão longe te ache lá no que um dia foi fundo.

sábado, maio 11

Tom

Meu amado, Tom



De todas as coisas tristes no mundo
Do que posso manter em mim
De quem tive, de quem fui e fiz fazer
É o único de todo que compreende o amor por não deixar meu amor vibrar.  Você era assim.

Se entendeu durante o tempo que viveu o como dói o peito
E como é difícil aceitar fazer ele não mais doer
Por querer estar vivo
Por sempre esperar para poder ver você.

Meu amado, foi único.
Só nós vemos essa vida desse modo que ela poderia ser -
Bela, rápida e triste. Foi a Lua.

Se foi desta vida, mas deixou no mundo, tudo o que todos deveriam enxergar. Você.
Sua vida foi tão breve antes da minha, e logo se fez morrer.
Meu amor amado.

domingo, maio 5

Dois

II


Eu não deveria ter tido meu tempo?
Algo que eu precisava esperar e deveria ter esquecido
 e passado por cima do que não podia calar?
Pra então poder ficar- Abrir um espaço no meu peito e te deixar rasgar.
Como se invadisse a vida que sempre dizia esperar?

Era eu o tempo todo.
Era você me olhando de frente.
Eramos os dois esperando por nada.

sábado, maio 4

Gloriosa


  Minha casa é um lixo glorioso. 
Os cômodos são todos cheios de quadros, livros, desenhos, panos
perfumes e lembranças. Ando de um lugar para o outro durante o tempo todo que fico aqui; Como, ouço os sons das músicas, deito, escrevo, vejo a televisão e quando posso e lembro - durmo.

Gosto da banheira, de ficar nela sentindo a água tão quente ficando morna
O cheiro dos óleos que impregnam em toda parte de cima da casa.
Me enrolo nas toalhas e ligo o ar quente quando o Sol  não se fez presente para esquentar meu quarto lá pelas 6 horas da tarde.
Esquento a água, pego um pote de chá, bebo e deito.
É lá que eu quero estar.

terça-feira, abril 30

Não matar.

A hipocrisia é tamanha
A maldade também.
Fechar os olhos para não ver os nossos olhos irem além.
O quanto dói, machuca, humilha e mortifica um ser tão capaz.
Somos humanos, somos fortes; e tão fracos.
Escolha de não abusar, de não sugar o todo, de não maltratar. Não matar.
O banho de sangue, o estrangular, o escalpelar. Não é humano, é ignorar.
Os seres do reino animal nascem, e assim devem ficar. Vivos!
Novos ou velhos. Grandes ou pequenos. Até sua hora chegar.
Não há argumento de dizer que tais não sofrem, ou nada se pode fazer
O olhar do medo, as lágrimas que caem, de pavor e desespero. Pra quem já teve coragem de ver.
Humanos - Abrir os olhos!
Temos que ver. Enxergar e não mais fazer.
É a tristeza imensa ver outros morrer. Seus filhos forçados a ficar longe de você. Pro pior.
Nunca mais ver.
Os testes, as cobaias, a pesca e as vivissecções - Não podem mais acontecer.
A vida é de cada, e merece poder ser.
Como a de qualquer outro ser, que merece o respeito, de quem for maior ou mais forte que ele.
Bípedes ou quadrúpedes. Os que nadam, voam, rastejam e correm.
São belos, nascem, crescem, envelhecem e morrem. Como deve ser.
Naturalmente, no ciclo que a vida natural lhes caber. Isso não pertence a você.

quinta-feira, abril 18

O futuro passado na contramão.

 Deveriamos usar as mesmas roupas e dividir o mesmo lugar para morar.
Nós, plantando ao frio da manhã nossa própria comida na terra
Depois quer acordarmos com o Sol mais brilhante em nossos olhos.
A casa que tem o cheiro da madeira mais pura - O som do vento, e só dele. Enquanto o dia passa.
Estamos envoltos, na melhor lã.
Ouvimos um pássaro que se atreve a cantar para um único raio de luz
No gelado do final de tarde que vem da nuvem mais alta que se vai com o ar.

Do dia em que eu acordar tendo raiva do mundo e olhar para tudo o que temos ao nosso redor
Assim, logo esse pensamento ruim ir embora.
Da noite em que você chorar na varanda, dizendo se arrepender do que não foi
E eu te dizer que não há com o que se preocupar. A Lua ilumina a escuridão de onde vivemos.

O filho quer, querendo que pareça a mim.
E meu querer que ele tenha seu coração -  O que me falta, pois já o tens.

Você esquece por anos que se apaixonou por uma menina certinha que sonhava ter o mundo.
Eu esqueço por anos que você era um menino que brilhou.
Você lembra que sempre vai amar o que conheceu em mim. E eu sempre o que peguei de ti.

Nosso amor, que por tanto foi em vão.
Eu pinto, desfaço e caso, sempre na contramão
Mas amo. Mesmo dizendo que não.

quinta-feira, abril 4

Guia

Obrigada.

Em um momento em que eu olho pro Céu e enxergo mais alto do que o simples azul
Obrigada pela minha visão
Obrigada por eu poder subir, dentro de mim, conseguir ir até ti, Deus meu guia.
Me mantenha capacitada de poder tocar as plantas
Comer os frutos, colher meu próprio alimento
Molhar os pés, sentir o vento
Que eu não conte o quanto vou receber para então poder doar. Fazer ser do coração
Me ilumine com a piedade de olhar todos os seres que precisam do mundo; os vejo como precisando de mim. Me ilumine para que eu os ajude sempre.
Me mantenha longe do que é triste, do que é desumano, de quem faz mau, de quem não vê a vida.
Obrigada pelo respirar. Me mantenha nesse flutuar.
Quando achando que sozinha, mostra a maior luz que sai de cima
Quando feliz, me lembre quem sou e porque estou ali
Livre minhas mãos do que é sujo, do que for sangue.
Ajude-me ajudar quem não vê o que faz de ruim, enxergar.

Não permita nunca que eu veja um ser mais fraco, como inferior a mim.
Não permita-me não amar.
Não me permita julgar
Não de deixe falhar
Não me deixe afastar de quem eu sou e de onde vim
Não me deixe faltar paz no coração
Não me deixe agir sem pensar
Não me deixe ignorar o que precisa de mim
Não permita que o que é ruim chegue até mim
Não permita eu me vangloriar de ter o que outros não
Não permita meu ego.
Não permita eu me subestimar.

Me deixe ver a vida
Me deixe ajudar
Me deixe completar o que precisa se completar
Me perdoe todos os dias as tantas coisas de errado de digo; faço; canto. conto; morro. Tanto tanto.
Que eu ame, ame o amor, ame amar, amar quem amar.
Amar.


terça-feira, abril 2

Me leve no coração.

Quando você for se embora
moça branca como a neve, me leve. 

Se acaso você não possa
me carregar pela mão
menina branca de neve, me leve no coração. 

Se no coração não possa
por acaso me levar
moça de sonho e da neve
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento
menina branca de neve
me leve no esquecimento.

Gullar









(Texto de não autoria minha)

sexta-feira, março 29

A graça do nariz vermelho

Qual é a graça senhor palhaço, de rir da sua própria desgraça? De ver comédia na fome que passa
De assistir o mundo ruir e mesmo assim conseguir sorrir?
Qual é a graça palhaço? De existir um mundo onde somos escravos, de ver pessoas cortadas aos pedaços
De viver num mundo onde não há paz? Qual é a graça homem no nariz vermelho?
Já se olhou no espelho, viu de quem é a graça ou só se pode rir do que é uma farsa?
A vida é simples e o que temos são tristes verdades que achamos 'normais'


São mulheres que morrem por nada

Crianças que não saem de casa
Animais que não merecem respeito
Homens que não dão valor a si mesmos
A natureza que está acabando e ninguém faz nada.

Onde está a graça?

quarta-feira, março 27

Aqui

Quando o embrulho é melhor que o presente é triste triste
De saber que não mais existe o que se amou
O tempo que levou
Um dia que fechou
Um amor que desgastou
A saudade que ficou
Numa vida que acabou.

Pra ti, meu amor
Digo aqui, que aqui sempre estou.

segunda-feira, março 18

Logo se vai

Quieto.

Eu ouço as pessoas cantarem suas crenças numa noite fria ao lado de onde estou.
Garoa- elas cantam como se uivassem, num tom sereno a paixão em quem acreditam.
Eu, sem você.
Nesses tempos frios, onde meus olhos conseguem olhar para o céu cinza e ver que assim também está
Alto, triste e só. O céu. Assim  fomos.
Eu espero, pelo dia que sei que está pra chegar, alguém que virá, alguém que faz rir, mesmo assim, não é quem poderia. Então, logo se vai.
É sobre um tempo onde as mãos eram geladas e o sol entre as nuvens era frio, tão frio.
Esfriando por dentro.
Tudo o que não conhecia. Por mim, por não ser. Mas foi, por um tempo.
Ainda penso, em pensar, em viver no que poderiamos lembrar. Ou fazer. Ou voltar.
Não pensar.

Pela manhã, nunca penso sobre. Quando se tem luz, vejo tudo com clareza, e não penso mais que vou pensar. Tenho a vela a queimar.

A tarde, me derruba por dentro, o tanto que penso, que fiz e não fui. Se foi ou não mais. Está se aquecendo.

Pela noite, completa agonia - Sinto a chuva molhar, sei que não pode chegar, que então não virá. Eu provoquei tanto assim. É a noite tardia.

Madrugada. Não mais. Dormi. Mesmo que não por dentro, repouso. O que não queria pensar, com quem eu queria sonhar, mas tão cedo se esvai. Terei que acordar.

sexta-feira, março 15

Aos que vivem.


Um tempo em que eu vivia esperando esperar

O dia tinha todas as horas que eu quisesse gastar
O mundo girava, mas girava devagar
O Sol se punha, as nuvens corriam; Hoje, elas costumam voar.
Como se o tempo do mundo fora de mim não ousasse correr
Tinha certeza da vida, de onde eu queria estar
Sabia o mundo, até começar a viver.

-

A terra, onde as crianças pisam e se criam, a mesma terra onde morrem e pra sempre se vão. De onde vem? Para onde irão?
Elas que fogem do tempo, e querem crescer para saber como amar
Elas que choram a vida quando isso acontece, percebem que se pudessem, jamais teriam tido a pressa de chegar lá.

A vida das pessoas que vivem, que tem um passado de não se orgulhar. A vida das pessoas que morrem, e queriam morrer tendo o que lembrar. A vida das pessoas que perdem os que amam, e desejam fazer o tempo voltar. A vida de quem vive, e não sabem como lidar.
-

Aos que mentem, para agradar
Aos que agradam, para se apossar
Aos que se apossam, para poder magoar
Aos que magoam, para se superar

Aos que superam, para poder levantar
Aos que levantam, para poder lutar
Aos que lutam, para poder ganhar
Aos que ganham, para comemorar
Aos que comemoram, para poder mostrar
Aos que mostram, para poder gritar
Aos que gritam, para poder se expressar

Aos que expressam, sem nunca conseguir se expressar.
Aos que morrem.

segunda-feira, março 11

Soneto M

É bom saber que você ainda é uma criança
De coração puro, sem medo de rir até chorar
Sem saber que sabem onde você está
Sem saber que eu estou para chegar.

É das suas mãos longas, que fazem a chuva começar
De um rosto que vi e não sabia lembrar
Sem ver que eu podia cair
Sem ver o que eu iria me tornar.

Foi um homem, foi um dia, foi um descobrir
Tinha certeza de tudo que eu queria
Até me ver ali.

Foi um homem, uma madrugada, um despertar
Tinha certeza da minha vida
Até ver que eu não estava lá.

segunda-feira, março 4

Foi pouco

Ele caminhou até o meio de onde deveriamos estar naquele dia
O amor ia doer
Ele era mau.

Lembre sempre, que para sempre isso vai ser meu. Fim de um tempo
Ele segura minha mão perfeitamente. Meu coração dentro
É sobre isso todas as batidas de um coração de pó.

Iluminando minha vida durante as noites escuras
Venha e salve uma estrela que vai cair do céu
Minha boca completamente aberta.

Grandes sonhos. Lugares desconhecidos
Não vá embora, ninguém precisa do dinheiro
Implorando. Foram as ultimas coisas que ouvi dizer
Conhece todos os pontos do coração vazio rolando como uma pedra abaixo.


Abriu a boca, grande tubarão
Você correu a noite toda, está tudo bem querido. Estamos lado a lado
Eu te disse, era sempre um voo alto prestes a cair
Uma pena, ao menos eu tentei
Se lembre
Pense sobre.


Vocês juram pelo nome? Pra sempre?
Sim!

Teria sido melhor, se não tivessemos nos visto no dia anterior
Vê através das lágrimas?

Não deixe escapar enquanto estiver doendo.

Se você se importa, eu não me importo em dizer o que vou fazer
Respirando com dificuldade esse tempo todo
É tudo tão bonito.

Sábado, domingo, todos os dias. Foram os últimos dias da vida.
Milhões de anos, vamos lembrar
Andando, cantando e morrendo no final
As pessoas que nunca importaram ainda estão aqui
Vi que estava sozinha.

Seu coração derretia entre meus dedos
Selvagem jornada infeliz.

quarta-feira, fevereiro 13

17:28

Eu vejo o céu, está claro, antes do anoitecer.
Pássaros cantam. Vejo contra a luz a poeira flutuar pelo quarto; Provavelmente entram em meus olhos.
Minhas mãos estão cerradas,  mas seguram uma caneta.
Buscam as palavras, como se pudessem falar.
Fecho os olhos, espero o vento chegar.
Minhas coisas tem cheiro doce. Bebo um pouco de chá.
Ouço um avião passar. Eu sempre quis saber desenhar.
Meus olhos não aguentam a luz, mas abro a janela para ver um ser voar.
A tela volta, assim consigo enxergar.
As nuvens estão paradas
Respiro devagar.
Estou onde quero estar.

domingo, fevereiro 10

O moralismo do amar sem sentir. O que seria do amanhã se não fosse o falso sorrir?

A fumaça está rondando nossos dias, notícias de desastres a nossa volta.
Onde guardaremos nossas almas? Onde queremos chegar?
Nascer, crescer, reproduzir, destruir e morrer.
Agora que podemos conversar na rede, podemos finalmente ter a máscara que quisermos?
Gritaremos hoje que vamos salvar o mundo
Que amaremos os animais
Enquanto isso, a fumaça é o nosso ar e os egoístas do dia a dia da humanidade são nossa rotina,
Sem nos importarmos com amanhã, construiremos tudo outra vez
Desde que a economia se supere dia após dia.
Não basta essa vida aqui, a nossa vida. Precisa existir o além. Reencarnaremos ou não? Devemos?
Não espere, viveremos cada minuto como se fosse o último!
Nós, a humanidade, nos tornamos Deus em nossa visão. Fazendo preces a nós mesmos.
Somos o topo da cadeia; Nossos animais, eles são nossos? Sim, claro. Mataremos alguns deles, existem muitos. Clonaremos alguns outros que estão faltando.
Continuaremos a rezar de olhos fechados
Porque assim é mais fácil acreditar que conseguiremos comprar mais amanhã.

Quem você pensa que é pra se impor e julgar alguém?
Sua moral é boa o bastante atrás desse você que  as vezes acredita ser? Quem você é afinal?
O que os outros vêem é quem você vê no espelho?
Com quem você deita a noite, sozinho ou existe o seu outro eu lá?
Viveremos mais quanto tempo atrás das grades das nossas janelas, sonhando com o mundo que existe lá fora, e sabemos que ele está lá. Mas e quanto ao medo? Medo de abrirmos essa janela. Até quando?
Uma hora vamos temer também ao Sol?
Moralismo em 140 caracteres
Você foi pelo seu caminho, eu vou indo pelo meu.
Quando temos de tudo, a vida não pode ser verdade. Sem nenhuma risada real, muitas fotografias.
Volte, olhe pra trás, você pertence a aquele lugar?

E quanto aos choros, a raiva, o mundo se acabando; Alguém deles sabe realmente pelo que estão lutando? Ou é só mais uma corrente viciante de um pensamento sem sentido?
Precisamos do que temos?
O quanto mais queremos? Sugar até a ultima gota do que a terra nos oferece , e pra quê?
Acordaremos todos os dias, reclamando, odiando, culpando e julgando.
Mesmo quando olharmos para o espelho não atribuiremos o culpado certo e uma solução
Porque acordaremos outro dia para fazer tudo outra vez. Todos atuamos.
Estamos mandando crianças para a guerra, elas tem ficado na chuva sem ver a própria morte chegar.
Vamos falando de amor, um que nunca sentimos. Vamos escrever sobre ele.
Vamos escondendo sentimentos que temos, porque somos fracos demais para mostrar.
A amizade importa a vida, mas o amor eleva a alma. Preciso me elevar.
Deitamos achando que amanhã venceremos o eu de hoje. Mas como vamos mesmo acordar?
Você tem se sentido melhor do que foi ontem? Aumento a música pra não me ouvir pensar.
Estamos correndo de nós mesmos, não há do que fugir se formos ver, não há medo.
Além, somos maus ao ponto de temermos a nós, e queremos sair.
Uma tentativa, quem amamos no passado soltou da nossa mão.

Gritaremos a todos qualquer sucesso, o mínimo que for. Diremos a todos que não nos importamos com a opnião de ninguém! Se não nos importamos, por que estamos o tempo todo  falando sempre isso?
Por que queremos nos mostrar sem amor, sem afeto? Por que queremos mostrar com um grande conteúdo que sabemos não ter? Qual é a vergonha do não saber? Do dizer "Não sei". Qual o medo de sermos o real que somos perante aos outros, que também pensam assim? É tudo um círculo falido?
O por que do sorrir, o por que do chorar?
Para que ter que sempre brilhar se temos que as vezes descansar?
O por que do pagar o que não podemos comprar? O por que não olhar o que queremos possuir?
Nós mostraremos indiferentes a qualquer opinião, não ligamos pra nada, somos moralistas atrás de algo que ninguém é. Somos belos, inteligentes e eternos.

Esse estilo de vida nos fez insanos. Vivendo em silêncio por tempos.
Já fui tao estúpida que acreditei em mim. Já fui tão feliz que achei que era o fim.
Eu to falando do mim, mas quem vai ouvir?










Sk -

sábado, janeiro 26

O ter. O ser. O alegrar. O não amar. O viver.

  De ter certeza.
A vida onde começa e não termina.
A vontade de trabalhar para ter, ai comprar, dizer que agora tem, mas não ter.
Se as coisas livres que nossos olhos podem ter como o sol no amanhecer
como um olhar sem saber o por que, ou o dormir de descansar para então poder viver. Por quê?




   I e II
A diferença entre o não ser e o não ter. O não ser que não te faz bem, aquele que não basta que você aparente ser bom, querido ou melhor, se por dentro você não é. Isso é o não ser.
O não ter não vale de nada, o que se precisa ter? Precisamos ter algo para mostrar? Para que gostem de nós pelo poder? Ou para que olhem para nós apenas pelo ter? O ter não vale a vida, o ser vale. O que somos, ou o que queremos ser.


   III


O que me faz pensar que eu fui feliz nos momentos nos quais eu acho que fui? Em algum momento, dentro de um momento eu sorri, e estava num lugar ou com quem gostaria - Isso me fez feliz. Eu vou lembrar?
Em algum outro momento eu me senti feliz, e quis que as pessoas que não estavam lá soubessem da minha alegria; Queria provar. Foram alguns momentos que amei viver, e busquei de novo ter, obrigando a vida fazer de novo acontecer. Por pura inocência achando que ia ter. Mas iguais novamente não vou viver. Não vão acontecer. Minha vida, como a de qualquer ser, corre águas que por duas vezes é impossivel beber. Posso matar a sede as vezes, mas não com o mesmo.




   IV
"...Foi a chuva que molhou friamente o que eu achava que poderia de novo amar." Mas no fundo sabia
que não. Eu quis, eu tive. Eu busquei e consegui, eu tentei pra sempre ter e ele acabou por ir.
Quem foi? Ele se foi ou meu coração? Ou ele levou junto com ele? Achei um dia ter tido um?
Perguntas que sei responder, sei de mim o que não vai mais acontecer.
Eu não quero porque não preciso. E o não precisar me faz não sofrer. E não é medo de perder, e só um não mais conseguir sentir que é meu para poder perder.


                                                                     
  V
Despertar!
Qual a certeza que se tem do que foi real ou não? A vida corre pelo meio dos dedos e você acha que ainda pode viver. O que valeu foi o que se lembra, ou o que se sonha ter. E se sonhar, vai acontecer? Por que a vida não basta sonhando o que se quer viver? Se eu quero, e imagino como a vida poderia ser, por que preciso fazer o mundo e o resto ver? Se para eu viver já é tão bom o que quero ter.
Como eu amo ouvir o som dos trovões cortando o céu cinza.
Foi o sol nascendo grande e luminoso num dia frio fora da minha janela, me dizendo para somente acreditar nele e não por isso eu precisava todo dia ver. Os dias que chove, ele não está ali, mas me disse que está.
Os dias luminosos ele se faz presente até o dia repousar. Mas a lua, a lua em qualquer tempo vai estar lá. Despertar.

quarta-feira, janeiro 2

É um nascer, é um morrer. É de tentar amanhecer.

  Era o sol nascendo mais uma vez e cortando meus olhos em luz
ventando e chovendo, não havia no que acreditar.

Foi de esperar o tempo que nunca chegou,  a vida que sinto falta e nem esteve lá.
Correndo e vivendo, ou achando que era.

De ter chorado sem o mundo ver, mil vezes. Eu era você.
Do tempo que eu sabia quem eu era, do tempo em que eu podia saber.

Eu que queria o poder
É de tentar te ver
É de provar a vida que não foi
É uma vida toda que vai doer
É de chorar, é de sofrer
O que pensei. Onde eu queria me perder.
É sobre os elefantes correndo pro mar
É sobre a chuva que molha sem molhar
É sobre os passos que dou sem poder chegar
É de ter visto e não mais ver.
Foi um flutuar, de se entregar e depois não ter.
É um nascer, é um morrer.

Sou eu andando no mundo sem saber se estou ou se ainda vai anoitecer.