segunda-feira, dezembro 24

24

É mais uma vez a ultima vez
A vez em que me perco por perder

A vez em que acho que vai ser.

Hoje minha cabeça dói
Meu medo não mais
O céu se esvai.

Os momentos raros e muito felizes
Os que duram muito e não faço questão de lembrar
Ou ambos que fazem essa vida continuar.

A culpa pelo tudo que tenho e outros não
A vontade de querer o mundo sem ele me querer
Tudo o que pra sempre quero ver.

Um pássaro que canta do lado de fora
O chá que esfria ao lado da porta
O sol que transborda.


Me sinto bem e sorrio
Perco a vontade e me afasto
Vivo assim e me basto;  Ás vezes, eu acho.

sábado, dezembro 15

Uma criança com medo da paixão que tem pelo mar.

O medo que tenho da falsa lealdade das pessoas
O amor que tenho pelas intermináveis garoas
O pouco tempo que tenho pra viver no muito tempo de amor que não sei fazer valer.

Alguém com medo de vencer
Uma pessoa querendo se superar
Uma criança com medo da paixão que tem pelo mar.

É tempo de crescer, vendo a vida com olhos que vão além do meu ser
Querendo ir embora em uma nave que construí quando pequena
- mas ainda não sabia como voar.
Olhava para o Céu querendo saber o que havia lá. Agora é o momento de decolar.

Um mundo seco demais para quem tem sede
A noite fria demais para quem vive só
Tudo é pequeno demais para quem quer ser e ter o todo.
De tudo, eu.

Sou só uma criança; Não me cobrem saber demais a pouca vida que fiz até aqui -
O que sou e ainda nem descobri.

quarta-feira, dezembro 12

Nossos dias nos fizeram cansar

Onde foi que coloquei ele que não consigo tirar?

O carbono que respiro durante os dias
Os ventos fortes que me levam pelas noites
Onde?

Sem alarmes, sem sinal
Perdi sua voz no dia que coloquei uma barreira no que existia pra nós
Isso te levou pra longe, além do que achei que você pudesse chegar
Maldito mar de largas ondas, pensei que eu tinha poder sobre sua fúria, e ele vive a me ignorar.

Nenhuma surpresa, o norte está calmo
Silêncio! silêncio!
Eles me disseram que não era pra eu brincar assim, me virei pro mundo e ele se virou contra mim.
Um dia eu me perdi.
Choro todos os dias, e se esqueço, choro a noite ao lembrar.
Branco e azul, as nuvens vem aqui, me fazem sorrir e se vão; A melancolia.
Cinza, cinza, a vida que existe hoje pra mim.
Não aprendi.

O que te faz feliz me fez tanto chorar.
Você sabe que nossos dias nos fizeram cansar, então até mais tarde amor.

Não pronuncio pra não mais ouvir falar
Mas por que não sei como parar de pensar?

Dói saber que falam a verdade pra nós
Eu pego só o que quero ouvir.
É tão calmo. Tão calmo. Eu não pertenço mais.
Minha febre, do medo da noite que eu falo o que não era nenhuma surpresa. Foi tudo tão falso assim?





Um anjo na janela ou o reflexo do que eu queria ser?
O mundo é tão bonito, tão bonito - Me faz chorar e não crescer.

domingo, dezembro 2

Sonhando

É tempo de paz.
Os dias que passam levam, o todo, de tudo que acho fazer parte
A felicidade e a tristeza
O brilho e as sombras que as vezes se faz
Não mais.


10 dias sem falar - É tempo de pensar.
Numa vida, o tempo todo, a vida inteira
Nem fiz começar, o mundo, o ar, outros tempos.
Sabendo qual é a hora de parar, mas nunca a de começar.
Levar a vida sem terminar.
Não acabar.


Doia muito tudo o que eu queria e não ter, na hora de querer
E achava que em breve tudo eu poderia ser.

Esvaziou a minha cama , o navio que atravessei sozinha a noite no mar.
Ondas, a luz a iluminar, o medo curioso que me fazia continuar.

Amarrei a corda na lua que ficava no meu céu - Cai.
Achando que ainda estava lá, imaginei ter visto e tido o que eu queria ter
Mas sabendo que era só o querer, sem ver.

Acordei no mesmo lugar que deitei, então vi, que nem havia saido de lá. 

Eu vi eles se alinharem, na minha frente, gigantes e luminosos
Giravam e me esperavam, sabendo que eu iria com eles embora de lá.
Meus olhos explodiram em cor. Aquilo era o que eu era, é o que sou.


Perdi muito do que era capaz de sentir, e sofro em saber.
O perder me purificou na alma de coisas que fui e já não sei mais entender .



Era tão forte o que sentia, por outras coisas que já não mais.
Era tão falso o que queria, e já não mais.
Era tão doce o que eu via, e já não mais.
Era a vida que eu tinha, e já não mais.
Disso tudo hoje sou incapaz.

sexta-feira, novembro 30

Não era pra mim.

Acabou? Acabei.
Ou fiz acabar.
Era tanto, tão fundo, as vezes parecia real por não estar lá.
As vezes tão falso de tanto eu querer; E se foi.
Recuei.
Sem amor, ele vem. Apesar de não ter.

Silênciei uma semana a vida que existe aqui
Poucas palavras, muito o que pensar.
Quis para mim, e do nada, deixei levar. Ai, foi embora.
Não era pra mim.

Se falei o que queria num momento não meu
Ou estava confusa em um idéia que já se perdeu.
Para me calar e ai então fazer valer. Nosso tempo já venceu.

Não morra agora, me deixe ficar.
Espere o dia, não deixe passar
Não venha agora, não vai suportar
Me espere a noite, no fundo do mar.

quinta-feira, novembro 22

Numa noite.

Você está de pé em uma ponte
Chora, a vida de uma vida que chorou.
Olha a água - Você já se tornou ela.

De uma sacada, alguém te vê
Chorando a partida de outro alguém
Uma noite é para sempre nessa janela.

A lua enfeita o céu pra ela.
A ponte é o fim do anoitecer.  


Você enfeita os sonhos de alguém.

domingo, novembro 4

Vou mentir pra mim.

Página para escrever aberta há +ou- 4 horas
Do que falar?


Do que eu lembro? Ou não esqueço.

Tentei hoje, por inocência, não estar no mundo, não ouvir nem falar com ninguém.
Queria entrar em paz, com essa cabeça que há alguns dias tem me atormentado tanto. Sozinha.
E por essa paz que tentei buscar, a fundo fui pegar coisas que não estavam circulando por sempre nessa memória. Falha minha.


O que fiz? Pra quê?
Algo estúpido!
Não pegue algo que gostou para ler. Nunca.

Sou?

To tentando escrever isso aqui:





Ele existe? Sim! Pra sempre vai existir.
Meu.


Os outros, estiveram ali? Acho que não.
Por um tempo, se foram, ou logo se vão.
Se fiz mal, já fiz.


Do que li; Um não contei o que gostaria, um não falei a verdade, outro nunca sei.
Euforia! euforia!
Vai estabilizar.

-


Estou me vendo em uma gota, prestes a cair
Vou morrer? Vou brilhar? 

Só continuar.
É de sorrir, de chorar. Temo as vezes não conseguir mais acreditar.
Em nada, em mim.
Sempre penso que é cedo pra dizer que é o fim.
Medo de olhar pra fora e saber o que não existe mais.
É assim?

Tem luz? não tem?
Só eu, sem ninguém.
Chorei, chorei; Hoje não sei quantas vezes, mas muitas eu chorei.
Amor? Não tem!

To cortando minha vida para outro alguém
Vai estar lá, bem? Te espero há tanto, tanto.
Escrevo, apago
Orgulho em mim
Já senti sim;


Se fui, voltei.


Meu único, corri uma vida e não percebi que você nascia em mim. Não mais vai sair.
Tão feliz em te ver, eu te perdi tanto.
Longe, não quero nunca que suma pra mim.
Me iludo, gosto e abuso de tudo, mas volto, sempre pra mim. Sei que só consigo viver assim.

Se amo? ...Tenho até medo disso criado dentro de mim.
Sempre, pra sempre. Ondas tem me levado para o fim.
Não vou. Ainda preciso de você aqui.



Perder e mentir. 
Vou mentindo pra mim.












sexta-feira, novembro 2

Ele

Como me engano achando que iria acabar?





Nunca vai acabar.

.
A vida
Tudo que quis
Que venho fazendo todos esses anos
As pessoas que usei
Os medos que superei
Todo mal que me causei.



Pra achar que iria acabar?


Giro anos e percebo, não pela primeira vez, que não vai acabar
Nunca vai acabar.
Você sempre, sempre, vai estar lá.

domingo, outubro 28

O precisar


Só preciso de uma xícara de chá, de um pedaço de bolo
da terra pra pisar, das flores que plantei para olhar
da garoa fora da minha janela, que de tanta coisa me faz lembrar
de ouvir meus amigos me chamar, e com amor os de abraçar.

Preciso acordar e ter onde escrever, ter um café bom pra provar
Do nada, preciso brilhar, estrelar! Achar que o que faço em tais momentos é o melhor que alguém já pode 
fazer. 

Preciso deitar, e lá ficar; Se possível vendo as nuvens passar.

Cantar - é preciso cantar. Por horas ouvir minha voz que me faz bem.
Mal sei desenhar, mas ao menos um sorriso sei fazer no papel. Há de me bastar.

Ignoro a vida, e as vezes me importo tanto com ela.
Creio não mais poder amar, e quando vejo, meus olhos choram por algo que não queria lembrar.
Espero que esse mundo melhore, que algum dia eu veja a paz e a alegria reinar. 
Creio que nesse dia já estarei enterrada no Mar.

segunda-feira, outubro 15

Lacrimejando Saudades Dele.

[] LSD

 Essa noite uma luz abriu minha janela. Eu corri com pressa para não perder o que era.
Cinco planetas giravam a minha frente; grandes, brilhantes e muito, muito altos.
Chovia muito, aquela água forte derreteu a minha frente, e vi a cor infinita deles escorrendo pelo chão da rua escura na madrugada. Aquela água os levou pra sempre.
Sem sono continuei caminhando por dentro da casa, uma casa gigante, com milhares de quartos e ninguém dentro. Pouco depois, estava cheia de pessoas que nunca havia visto - quem eram eu não poderia dizer. Vi num passar, muitas delas dentro de uma enorme bandeja. Por minutos se foram de lá.

Hoje consegui sentir você fugindo de dentro de mim. Eu deixei ele ir embora mesmo sabendo que sentiria falta logo em seguida. Sabia que me amava e queria estar comigo, imaginando como tudo seria. Pensei hoje no seu rosto se esvaindo. Queria que se perdesse comigo, em tudo que na época eu tinha medo. Volte até mim.
Nunca quis te ver fugindo.


Alma arrependida.
Me tire desse aquário que não quero mais morar.


Andando na rua, três raios caíram em mim, me fritaram no íntimo. Vi meu cérebro cair. Por graça veio a chuva, e levou toda a cinza que encostava em meu corpo.
Me purificou.
Vi um movimento passar por mim; rápido, feroz. Imaginei um animal, tive medo, então voltei. Sentei de volta a minha janela, com as pernas para o lado de fora, para que pudessem molhar. Um monge sentou a minha frente, sob a chuva, a água molhava tudo, menos ele. Vi sua divinidade surgindo. Só me olhava fixamente, enquanto eu me molhava por inteira com medo daquelas gotas que brilhavam tanto. Era bonito aos meus olhos, algo bom de ver, suas vestes claras e olhar de paz me fizeram chorar.
Ouvi ele perguntar o por que eu estava ali, se estava perdida. Mesmo ouvindo ele falar, pude notar que ele não se mexia, nem ao menos seus lábios para que o som do que dizia pudesse se notar. Sem entender, respondi que todo aquele tempo eu estava em casa, mas mesmo assim, perdida.
Ele me pegou pelas mãos, me puxou pra perto. Seu corpo era frio e liso, como aparentava ser. Agora que estava próxima a ele, pude notar que ele também estava completamente úmido. No meio daquela rua de concreto e baixa hora da madrugada, ele me teve. Ali.
Há tempos eu não sentia nem sequer a chuva chegar até mim, mas dessa vez, pude sentir cada parte dele no que aconteceu.


Deitada no chão quente, eu vi uma nuvem nascendo ao meu lado. Se fez subir, subir... Até eu não mais poder ver. Quando notei, ele também havia desaparecido. Do ar, senti algo bom chegar, então, me mudei de lá.


-
Outro:
Era um homem ou não?
Sempre sonhei com seu rosto forte pedindo para provar tudo o que tinha em mim. Sabia que estávamos distantes por muitos anos e no tempo. Mas eu sempre o quis.
Ouço sua voz pedir pra eu voltar pra casa, e quando eu chegar, você estará lá.
Quero. Seus gritos em mim.
Lua grandiosa, faça tudo aquilo voltar.


[.]

Da ultima vez não chovia - foi um guerreiro que me puxando pelos braços, quebrou tudo que havia nas ruas que passávamos. Doentio, não tinha medo do que poderia acontecer. Mesmo assim, eu gostava de ver.




- Todos as pessoas daquele ano futuro

 Um trem nós levou até o tempo onde ainda não tinhamos do que nos arrepender. Todos entraram, com suas passagens apenas de ida. Depois que entrassem, nada do que os atormentavam iriam lembrar. Vi todos perderem a expressão de tristeza e se tornarem um corpo plástico; sem passado nem presente. Eram nada.  Sem sucesso, eu desci de lá com tudo o que entrei pensando em esquecer. Fiquei anos dentro daquele vagão só assistindo as perdas no olhar. Em vão fui viajar.
>Por anos:
Me internei em um convento, esperando a paz eterna chegar. Chorei, corri, senti falta do que era ruim, até me silenciar.
Vi o Sol brilhar. Era tão puro, eu não podia aguentar. Mas aqueles tempos com amor ei de lembrar.

.
.
.


Em uma avenida suja, só cacos de garrafas quebradas me acompanhavam andando por lá. Homens sujos e velhos mexiam quando me viam passar. Eu, mantinha os olhos fixos nele, meu menino que sempre vou amar. Longe, na porta de um bar. Fumando sem parar. A sensação não era real, nunca estive lá.
Caminhei até ele. Lindo, com a jovialidade que nunca irá acabar. Me beijou tão fundo que não consegui mais voltar. Morri lá. 



...

Oh, meu ser em vão. Tenho corrido na contra-mão.
Achei-me pra sempre e depois me perdi. Tenho medo de ti. Pobre alma a se desesperar. Hora me amo, hora não quero acordar. Tive tantos e não nunca pertenci a nenhum lugar.
Já amei tanto ele e depois esqueci. Já usei tanto da boa vontade alheia e me arrependi.
Perdão ao que larguei, ao que enganei e ao que menti.
De tudo nessa vida pelo qual nem sei por que tenho medo ou não. Sofro e choro gotas douradas sem fim. Me abençoe meu Deus, sempre acreditei em ti. Permita que meu caminho eu continue feliz, com tempos de poder enxugar tudo o que eu não queira que mais estivesse ali , mas não apagar tudo que fez e fará parte de mim.



A água enfim não os levou para semp
re.

quarta-feira, outubro 3

Devolva

Devolva meus planetas, senhor que os roubou.
Levando também algumas angústias que eu nem sabia que existiam em mim.
O vi chegar de uma forma sutil, um amigo apenas, só pra conversar; Não sabia naquele tempo o que iriamos nos tornar. Te ouvi falar - fui viajar.
Hoje... ainda por pouco não te ouço chorar.

Devolva meus sonhos, senhor que vive no sul da terra
Passei meus dias que ao seu lado me fizeram brilhar
Tudo era novo, intocado. Real ao ponto de amedrontar.
Eu era apenas uma menina, queria e achava que podia ter o mundo em um dia, na hora em que eu fizesse acontecer. Não vou dizer que não penso mais em você. Afastamos nossas vidas devagar
Perdendo o que nos fazia acordar. Hoje espero que esteja bem. Mesmo que numa terra fria de ninguém.

[]

Traga minha vida de volta, senhor que me fez viver
Tudo o que fiz nessa vida foi por você
Chorei por anos, me senti apenas um grão qualquer no momento em que te conheci
e corri, corri.
Eu não era nada, mas sabia que logo iria ser.
Por mais tempo de anos que ficamos longe, sei que nunca vou esquecer
Sei que tudo nesse meu mundo se baseia em você.

Temi por anos não ter seus olhos voltados pra mim
Busquei aprender o mundo em um dia. Mal dormi.
O gosto da vida, cada calor do Sol que meus dias sentia
Cada gosto que eu provaria em uma história sem fim. Ainda não te trouxeram até mim.
Pensei em brilhar e ser o que sempre vi em você, um homem no topo do mundo
Da força que me fez morrer e existir.
Nunca me senti tão feliz.



-

Do homem do sul da terra devo sempre recordar, com amor tudo o que ele me faz lembrar.

Do homem do mal coração, devo ainda olhar sem quebrar, pois deve ser o único que amou sem amar.

Do homem que me rouba planetas, tive raiva, por querer ter e olhar. Mas sei que desses, é só ele que me arrasta para o Mar.


-

De tudo na vida, sei que apesar dos anos que possam passar, só por ele me fiz fixar.

quinta-feira, setembro 27

Ainda

Sons da noite
Tenho ouvido o que não ouvia, ou não percebia que eles estavam ali
As noites turbulentas, deitada, imóvel - Sem querer acordar. Acordada
Pego meus olhos em você, mas você nem está lá. Estamos viajando; Tão escuro é o céu azul.

Desperdiçando...
Acreditando que ainda exista um coração
Doces e sinos na minha porta. Um dia eu apreciei tudo o que via
Acariciando seu rosto quando estava ao meu lado. Enquanto chove, acredito em você cruzando a rua voltando pra casa - Precisava que fosse verdade te ter.


Talvez eu tenha ficado muito triste
Talvez você muito distante
Talvez ambos muito frios.

Talvez eu olhe para a Lua acreditando em um fantasma de amor
Flutuo em segundos até o mundo que gostavamos de viver. Eramos abençoados de querer
Talvez ainda exista um coração. Talvez em você.

segunda-feira, setembro 17

Tem que ser pra não durar.



O que então a não aquilo o que você dizia sentir.
Por que não?
O que não, a falta de amor, mas gostando do quão ruim era? Você entende que não poderíamos. Ou ainda não.
Te quis, inventei para tanta gente; menti para mim. E como.
E apesar de você desprezar tudo o que era bom; eu deitei e fiz como queria; Dirija, dirija. Não!
Desde aquele tempo.

Aprendi desde cedo a ter medo do sol, não me aponte então, não iria durar. Incendiando meus olhos. Não venha me dizer que era só uma chuva. Era você quem queimava. Ou é.
Não acordamos pela manhã, achei não ter acontecido; Algo seu estava em mim ainda.
Pelas altas horas de uma noite qualquer, você quis.
Não vou mais às ruas.

Não acho que isso é certo. Orgulho meu – tolice de ambos.
De dizer o amor, amor, amar. Nada disso, era só meu homenzinho de brincar. Ainda quer?
Era o que você queria, explorar meu mundo. Tentou, fez o que pode, trabalhou pesado a noite toda. Tão dentro.
Não minta que não existe mais, tudo o que quis ser, fui eu que ensinei.

Vesti preto, você com ela; Cantei para os dois, olhando só na sua direção. Ouvindo, ouvindo – Você não esperou. Levantou, saímos, ela se foi dali, como de certo iria acontecer. Nos molhamos.
Você me disse ter chorado, então não me acorde de manhã.


Não gosto de onde você vive
Nossa porta está sempre rangendo
Eu disse: Não te quero, mas volte sempre.
Chore para mim, dizendo o desespero, que tem sangrado; Gosto assim.


Se quebre, me queime. 
Cansei dos bons amores que duram e não doem até o fim.

sábado, setembro 15

Com tão pouco

 
   Imagino o sol fora da minha janela embaçada, como vejo todos os dias ao acordar. Mas dessa vez vejo nós dois olhando através dela, minha janela. Numa manhã de sol e ar fresco.
A luz entra, e sinto a brisa passar vagarosamente em meio aos fios de cabelo.
Tentamos espantar a terra do sono.
E mesmo sabendo que não faremos nada o dia todo, o dia se valerá.

Levanto, com uma força fraca que me puxa, e saio da minha segurança fechada.
Sentada no jardim, com um vestido qualquer de cor leve, puxo meus pés para cima da cadeira, estão brancos e limpos, como lá.
Sentada frente a uma mesa que fica ao lado da pequena vala de água que corre
Ouço, um som tão doce.

Ascendo o fogo, preparo com calma o chá que iremos beber por horas. Surpreendo-me por duas mãos puras e fortes deslizando meus quadris - Tão calmo, tão fundo. E toca tudo o que precisa. Como quer. Onde e como preciso. Horas ali. 
Meu menino
Agora você sabe.
Tão forte. Só um menino.


Mil vestidos para colocar e você ver. Todas as atuações para fazer. Tudo como quiser.
Me encha com seu brilho.
Te colocando agora sempre no meu show.

Precisando ter. Chorando sem saber o quanto mais vai querer.

Um túnel de luzes, milhares delas. Sofro de medo à noite fria.
Sofria...

Olá paraíso. Acordei. Te vejo em luzes douradas me segurando fraca.
Com jeito, fico segura em seu colo. Não temo mais. Fique aqui.


Danço no jardim a noite, giro com as estrelas. Minhas estrelinhas; Você dali olhando sentado, com as mãos apoiadas próximo ao rosto, apenas sorri, vendo como se pode ser feliz numa noite sem nada. Com tão pouco.

Uma vida. Como eu posso? Como podemos? Não temos nada.
Temos tanta coisa.
Tudo.



terça-feira, setembro 11

Evitava.

Minha garganta tem fechado, cada dia mais
E cada vez percebo...

Você furou meus olhos e quebrou meus pés da ultima vez que falou,
eu não aceitava ter medo.
O mesmo erro. Toda vez que te via sorrindo queria fazer isso virar ao meu favor.
Tudo estúpido. O pássaro preto sentado todo o tempo no meu ombro cada vez que estavamos juntos.
Você me queria pro bem.
Evitava.

Todos os dias e noites
Todas vezes que descia uma gota dos meus olhos;
Não aceitei o que você queria dar;
Não sabia como lidar.

Te vi queimando na lareira a minha frente,
Não queria ver você feliz. Nunca quis. Gostava apesar de tudo, da sua tristeza.
Minhas mãos paralisaram quando te vi dando as costas uma única vez naquela direção. Única tarde.

A mesma engrenagem da minha cabeça bloqueava o que funcionava no seu coração
todas vezes que você vinha falar de nós.
Talvez tenha sido só você a realmente me amar nessa vida afinal.
Tinha medo das suas mãos em mim e do seu sangue querendo nos juntar.
O que eu iria fazer com você se não te magoar depois de usar?
Mesmo que quando amar.
Talvez eu nunca tenha vindo a te amar
Mas sempre quis estar.


Sei que ainda vive por lá
e eu ainda não sei como lidar.

quinta-feira, setembro 6

Só por amar? Ou amar não é "só" ?


Por que não amar de uma forma simples?

Por onde anda a pessoa que disse ser e ter nela tudo o que no mundo de outra gostaria de ser?


Viveria um ser sozinho caminhando neste mundo sem fim em busca de uma razão para ele mesmo ou viveria esse mesmo ser em busca de algo em algúém? O que falta para que se precise ele, ser, buscar em outro, que bem ou mal conheça, que não se tem certeza do que pensa nem como pode agir?

O que fez sua vida ser tão bonita durante esse pouco tempo? durante esse muito tempo? durante uma vida toda?

O que durou? Quando e até onde durará? O que fará acabar?


Olhos que vão brilhar, abaixar, iluminar, imaginar e talvez, provavelmente, irão se apagar.

Vai brigar, lutar ou aceitar?

São minutos que duram anos, e anos que passam em um piscar.


Por que se abandonar, se desprender do próprio corpo e sofrer por uma matéria não sua,não pra sempre. Só por amar? Ou amar não é "só" ? Está só quando amas ou se não ama estas só?



É uma injeção na veia que dói ou só um pulsar no coração? Existe realmente o que se sente ou é só o desejo sem fim da ilusão?
Foi inventado em livros uma beleza interior que buscam além do fato maternal ou se cria de verdade uma parte nas pessoas que as fazem ser melhor?
Existe  só o desejo, só o amor ou só uma atração biólogica para qual inventamos nomes e grau de intensidade?

O quanto se pode? O quanto se pede? Quanto se perde? Se é que se perde... Perdemos algo ou nos perdemos? Ganhamos perdendo esse algo ou só enrijecemos o coração? O que na verdade nem vai pro coração, fica na cabeça, a comandante, que manda estímulos pro sangue, que por sua vez manda no calor das mãos, na palpitação, na excitação e quem sabe, numa desilusão.


O coração é só um orgão, um musculo oco (por certeza oco anatomicamente, e por vezes literalmente) que bombeia nosso sangue de forma que faça tudo circular. Mas quanto ao amar...
Quanto é amar?

quarta-feira, setembro 5

- Partes de uns diários ai

Podem não ser do mesmo ano. Mesmo mês; nem mesmo fluxo.
                                                                     -


-- Abril:
Hoje acordei com uma agonia muito forte. Ansiedade que já é normal que as vezes dá, só que pior.
Almocei feijão com farinha e omelete. Vou voltar pro RS esses dias. Cansei dessa merda de net.



-- Abril:
Fiquei o dia todo cansada, na verdade a semana toda, só trabalho mais trabalho. Nada de dinheiro.
Tomei uns 3 capuccinos durante o dia, Jantei pão com queijo quente. Dormi mal!


-- Abril:
Conversei com um cara legal hoje, parece ser simpático. Tomei uns 2 litros de chá verde. Fui fazer uma entrevista lá na puta que pariu, achei tudo uma merda - Não vou ficar.
Sem grana pra NADA. Ouvi música a noite toda, e chorei a noite toda também! 

Essa semana volto de POA. Calor sem graça, espero que lá esteja melhor.

-- Maio:
Dias sem escrever. Continuo sem dinheiro, comendo mal, bebendo muito. Meu café da manhã esses dias: cerveja e pão com manteiga. Continuar sempre com o  chá pra reparar o mal, HÁ!


-- Maio:
...... Sai com uns amigos, muita putaria como sempre, em todos sentidos. Nada, é pro bem, somos todos amigos e irmãos. Sem maldade. Bebi demais, passei mal; Acordei e fui andar na rua de madrugada, sozinha. Tinha um bar tocando bossa, sentei pra ouvir.


-- Maio:
To vivendo sozinha há muitos dias, ta estranho as vezes fico falando com a caneca se bobear. Conversei só hoje com um amigo antigo, ficou bobo com uma mulher ai que conheceu. Dormi muito, e bem.


-- Maio:
Ta muito frio, meus dedos doem e congelam quando eu fico aqui na frente da janela escrevendo. Sempre bom falar com ele.


-- Maio:
Conversei pela primeira vez no telefone um bom tempo com um cara que conheci, ele tem a voz boa, mas bem tímido. Almocei pão com ovo e vinho. Dormi a tarde, coisa raríssima. Tomei chá e escrevi a noite toda, minha mão tá doendo muito.


-- Junho:
Colocando muitos roteiros em dia, minha mão ainda tá ruim; Minha casa tá uma zona cara. Comi bem esses dias. Fiz exames de sangue, tudo certo, viverei mais 1000 anos (não!). Saudades de alguns poucos amigos. Pedi pizza de madrugada, o entregador queria entrar... Comi ela inteira. Dormi.


-- Junho:
Fui ver um amigo que gosta de mim, ganhei um presente dele. Bonito. Ele se declarando sem medo de ouvir... Não sei o que quero. Tomei chá com leite, escrevi muito. Dormi pouco.


-- Junho:
Comi 3 sacos de pipoca. 5 filmes


-- Junho:
Hoje acordei querendo que fosse meu aniversário, fiz um bolo. Ficou ótimo, comi sozinha. Me ligaram; não atendi. Briguei com o meu irmão. Sai pra comer a tarde, acabei não comendo e bebi. Meu amigo me ligou, falando sobre seu amor. Fico feliz por ele. Não dormi nada.


-- Julho:
Vou sumir esse mês, férias por escolha. Vou me enterrar em qualquer lugar numa praia sem nenhum outro mortal.


-- Julho:
Pela primeira vez na VIDA tomei uma água de coco decente; vim só falar isso.


-- Agosto:
Cansada e com cara de quem não dorme há anos. Fui no cinema com um amigo. Respeitador...


-- Agosto:
Chovendo é nunca, mal da pra respirar nessa cidade. Tomei 3 sorvetes porque não tinha dinheiro pra comer (ou tomar?) outra coisa. Estudei os livros de arte empacados tempos aqui; Sem graça, já sei 90% do que leio neles. Um amigo passou a noite aqui. Tomei saquê até morrer na cama. Acordei horas depois sem saber o que eu tava fazendo ali. Triste.


-- Agosto:
Estou no Rio, dia insuportavelmente quente, até o gelo da coca é quente. Gente estranha olhando feio pra mim (certo que eu não tava vestida muito normal, mas não justifica). Vou ficar a noite toda no Mar.


-- Agosto:
Bipoladirade nervosa do inferno. Tentando ler um livro em um dia e quase furando o cd do Led Z aqui.
Comi bolo de banana e um copo d'água. Quanta riqueza...
Voltei pra SP.


-- Setembro: Comi pastel!!! antes que eu esqueça


-- Setembro:
Mês de bons shows, sem grana pra nenhum. Azar o meu.
Arrumei o quarto, escrevi mil folhas (claro que não foram mil)
Amor a minha madre. To comendo abóbora com feijão e suco de goiaba.


-- Setembro:
Comprei umas roupas, não queria, mas precisava. Tomei chuva.
Tomei 5 copos de água e comi bem. Oh.


-- Setembro:
Não sei desenhar, só no celular. Dor péssima nas costas+cólica, me entupi de remédio.
me enfiaram uma espada nas costas? (não!!) Tomei chai a noite com a amiga.


-- Outubro:
"Só chove, chove, chove. O mundo se desfaz em pobreza e brilho. Não tenho dinheiro, nem carteira assinada. Como bolo e tomo chá por tempo passar. Queria o Mar"


-- Outubro:
Passei o dia na chuva com alguém que fez o dia bom.
 


-- Novembro:
Ele era lindo. Percebi tarde demais. Oh!
Comi salada, não me satisfez. Tomei saquê e dormi.


-- Novembro:
Blues o dia todo. Noite toda.
Uma vida.



-- Novembro:
Não para de chover porra; to gripada por isso. To mofando. Comi miojo com hashi por que não tinha uma louça lavada. ouvi J rock e capotei; Acordei depois de 2 horas e fui comer maçã. Ninguém na rua. Fiquei olhando a chuva horas;  Vou amar ele pra sempre.


-- Dezembro:
Ultimo mês, grande coisa.
Tirei várias fotos do céu, arrumei vários papéis encostados aqui. Vou começar a estudar umas coisas ai.
Bebi muito chá. Exagerei.




-- Dezembro:
Fiquei vendo TV o dia todo, sozinha. Vou dar um tempo desses dias lá fora.
Comi salgadinho, fanta, miojo, delírio holandês e bacardi. Dormi no sofá.


-- Dezembro:
Ano vai acabar, Oh natal. bela porcaria!
Felicidades meus amigos, agradeço a Deus minha saúde e felicidade muitas vezes até incomum.
Estou bem, a falta do que não tenho me faz amar todos os dias que amanheço. Obrigada.

00:
Fim do ano - beber, beber e beber. Chorar
, dormir e Amanhecer.

segunda-feira, setembro 3

O levar do Mar

Tenho visto as luzes da noite cruzarem o céu
As nuvens correrem daqui
Ele me chamar, minha cabeça girar. Girar.
 .
Saveiro se foi, só vi o Mar, ir e voltar;
Apaguei a luz da varanda frente ao vento de lá
Foi doce, foi rápido, tão triste. Passou.
 .
Dentro da nossa pequena casa solar
Esperava ouvir os passos chegar;
Nada ouvi passar por lá. O ar, o ar.
.
Chorava, esperando o vento levar
Razava para conseguir suportar
Esperava as ondas te trazerem pra beira do Mar.





segunda-feira, agosto 20

Ah, a hipocrisia!


       É estranho ver algo, no caso, alguém, que está tão próximo de você ir de encontro a algo que ela (a pessoa) é contra. Não digo de algo grave, como uma atitude trágica e mortal, mas algo bobo, banal, mas que mesmo assim, quando vemos, nos faz ter aquele pensamento de “Pra quem dizia sempre ser contrário disso estar agindo assim...”.
A hipocrisia tem me atingido de uma forma violenta, ou ela aumentou drasticamente ou eu nunca tinha percebido como ela me rondava, de qualquer forma, tenho percebido sem duvida a expansão disso. Não admito ouvir alguém dizer que não é hipócrita, no dia, ao menos por umas cinco vezes, somos hipócritas, seja dizendo que concordamos com algo que não, seja sendo gentil com alguma pergunta sem cabimento ou algo mais grave, como fazer alguma coisa que você sempre foi contra ou criticou. Eis o ponto chave, o fazer! Tudo bem fazer, mas, a pior parte é fazer e dizer que NÃO está fazendo, que o seu jeito de fazer é bem diferente do que você é contra. Ai, meu Deus, é algo que desgraça os ouvidos de qualquer um que lhe conhece.

Tenho sido hipócrita aceitando trabalhos e outras coisas que no meu EU lá no fundo está odiando fazer, mas faço, espero que não por muito tempo. Mas sendo assim, é algo que não prejudica ao ponto de atingir o próximo. O que é ruim mesmo é ver alguém sendo hipócrita com você! Que raiva que dá. Tenho perdido a conta de quantos amigos meus (deveria dizer colegas, estou sendo hipócrita!) tem falado que não olham beleza exterior, que amam quem amam por esse Ser amado mostrar por fora o que é por dentro, sua beleza, seu belo caráter. Muito bonito, admiraria esse fato, a não ser pelo fator mentira, e pura hipocrisia barata dos atuais “bons corações do séc. XXI”. Hoje, todo mundo é bom, todos tem a casa aberta aos que precisam, todos doam seu dinheiro para instituições carentes, todos não enxergam beleza, todos são puros e honestos... Ah, e hipócritas. Claro! Nunca vi tais amigos ajudando alguém, deixo claro aqui.
Um mundo perfeito seria aquele em que não julgássemos as pessoas pelo jeito delas andarem, se vestirem, escolher “amizades” por classe social, a não existência de hierarquia, alimento para todos os seres, acesso à saúde, acesso ao lazer, acesso a educação, e sem duvida, NÃO ter acesso ao moralismo barato. O mundo perfeito não existe, nem nunca vai existir, melhoramos em muitas coisas, pioramos muito em outras, e assim o mundo segue, há não sei quantos milhões de anos (Ai ouço: Nossa, você não sabe quantos anos tem a estimativa do mundo? Não, não sei amigo, vou pesquisar aqui)

Vamos manter o foco, em nossas vidas, em nossas vontades, não digo sonhos porque não acredito mais neles há algum tempo, e assim viveremos melhor, não muito bem, mas melhor
(se meu Eu me ouvisse dizer isso há três anos, me daria um tiro). A arte do silêncio, é algo genial. Não tem o que dizer? Não diga!

Peço desculpas aos meus amigos jornalistas por achar que sei usar pontuação e a boa escrita e peço desculpas aos meus amigos artistas que ao lerem não concordarão com nada. Aos meus amigos sem muita sabedoria de vida, obrigada, são com quem mais tenho aprendido a viver.

(Nunca peço desculpas, estou sendo hipócrita. Oh, mais uma vez).

sexta-feira, junho 22

M.


Maldito amor, acabou comigo, levou minha alma e me fez infeliz.
Bendito amor, me deu vida, me trouxe até aqui e eu nem ao menos sei o que vi.

M.

Eu tentei ser grande e gloriosa o bastante para vir até aqui, mas continuo sendo aquela mesma criança de antes. Hoje tenho essa expressão mais velha e triste.

M.

Eu vim até aqui, demorei anos para chegar e ver que você não é o mesmo pelo qual eu saí de lá, é alguém que eu mal sei, mas mesmo assim eu nunca me deixaria estranhar. Mudamos. Vamos nos conhecer de novo. Sobre o nosso passado... Só importa o que mantemos igual até hoje.