sábado, agosto 24

Noites no Ukiyo-e - Shunga

O paixão veio de uma forma brutal
Queimava e destruia por onde passava. Era ver o fogo alastrar em mato seco.
As raposas que subiam e desciam próximas da casa no topo do mundo.
Lá podiamos nos encontrar. Sempre próximo quando o ano estava em sua metade.
Meses do frio
A longa escada e a pequena fonte com carpas.
Longos eram os dias de espera para te ver chegar. E sabia que dos mais próximos iriam demorar.
A maioria dos dias só ficava na janela a olhar e aguardar.
Sabia da sua outra vida, da outra pessoa que exitia junto a você e que nunca iria acabar.
Mas estaria lá, sempre aos meios do ano lhe esperar.
Tão afastado do mundo era lá. Fora da terra. Ar de eternizar.

Ruido das plantas batendo com o vento noturno nas janelas
Era noite, você havia chegado - Samurai cansado.
Me tinha por completo. Quase um matar.
Primeiro me olhando como se eu por algo pudesse escapar.
Depois, inteiro lá.
Samurai cansado, estenda toda sua força dentro de mim. O mais fundo que puder.
Me queria tanto ali - me tocava tão forte e pesado.
Por vezes achava que você ainda achava estar a guerriar. Ou me enxergava cordas a querer quebrar.
Em ódio, em querer. Em talvez amar.
Eu que você nunca vai poder revelar. Eu nunca ousaria dizer não querer e não gostar.
Estava em minhas mãos, meus olhos, em minha boca. Onde quisesse estar.
Em um toque me pegue, me marque, quebre, sofra, peque, sue - Agora faça amenizar.
Sufucando por final. Tão quente. Via o seu tão profundo suspirar. Enfim o seu aliviar.
Sua alma perturbada por vagar saiu de dentro do seu corpo que caiu pesado sobre o meu.
Senti então seu cabelo umido escorregar sobre mim. Respirando com calma.

Levante e tome seu chá. Não mais quente que eu havia estar.
Quieto, só olhe. Sim, para sempre aquele lugar vai ser seu - Lá, o lugar e Eu.
Se troque, se vista. Me olhe com tanto desejar. Coloque suas botas armadas, abra a porta e se vá.
Mas volte no frio do ano que vem, meu amor que não posso amar.







Nenhum comentário:

Postar um comentário