sexta-feira, junho 22

M.


Maldito amor, acabou comigo, levou minha alma e me fez infeliz.
Bendito amor, me deu vida, me trouxe até aqui e eu nem ao menos sei o que vi.

M.

Eu tentei ser grande e gloriosa o bastante para vir até aqui, mas continuo sendo aquela mesma criança de antes. Hoje tenho essa expressão mais velha e triste.

M.

Eu vim até aqui, demorei anos para chegar e ver que você não é o mesmo pelo qual eu saí de lá, é alguém que eu mal sei, mas mesmo assim eu nunca me deixaria estranhar. Mudamos. Vamos nos conhecer de novo. Sobre o nosso passado... Só importa o que mantemos igual até hoje.

terça-feira, junho 19

Chuva me inveje, hoje posso molhar mais do que você.


Essas noites conturbadas, controversas, contra o dia. Me mantenha aqui.
Ouço seu coração bater, ainda estou trabalhando, e se sair, sairei debaixo dessa chuva.
No meio do dia já sou outra pessoa. Meu menino tolo, você viria hoje também?
Se você pudesse me dizer esse turbilhão de coisas que você quer ter, mas sem dizer...
Fiz o melhor que eu pude.
Agora! agora! agora.

E quanto a tristeza nos meus olhos? Olhe! Não quero me livrar disso, mas não quero que saiba que sei que olha. Me corta. Sangra. Mas depois volta a brilhar. Ainda estou no meio do trânsito, às 7 da noite. Me tenha agora, onde quer que esteja.
É, eu tenho mesmo que chorar, chuva me inveje, hoje posso molhar mais do que você. Estúpida.
Você esconde seu orgulho atrás desse rosto bonito, não vou dizer que não gosto. Gosto! Mas tenho raiva quando faz. O que eu gosto também.
O melhor para uma pessoa assim. Me chame de minha garotinha.
E quanto a frieza? Minhas mãos estão sempre quentes, mas você conhece o ditado sobre isso. Fiz o melhor que eu pude.

Ainda estou andando na fumaça sob a garoa. Mãos no bolso. Lateja. Meus olhos, meu corpo, você está lá. Suba meus degraus de vidro, não finja que não gosta quando te chamo como só eu te chamo. Pode cair de novo, não vai ser a ultima vez que você vai implorar por isso.

É, você lembra bem, por esses dias, quase quatro anos. Quase não. E quanto aos 19? Nos conhecemos, mais um, não pare, temos a vida toda pra perder o resto do muito orgulho que nos mantém nesse mesmo mundo de sempre - Mas fique aqui.
Se desistir, como diz que fez, se falar que não quer mais, faça! Mas mentindo, minta pra mim, mas deixando-me saber o quanto isso é mentira.

E quanto ao estar cansada de tudo nessa vida corrida idiota? Eu queria falar disso. Me fale do seu dia ruim, pior que o meu. Me chame de menininha, mas não me trate como uma.
Amando todas minhas partes.
Desde o dia em que nos conhecemos tudo tem sido visto como numa janela embaçada, por mim, por você, por quem vê.
Azar de quem nos vê.

Não pense em mim como uma pessoa ruim, me acusando de não sentir, mas me deixe continuar sendo quando eu quiser. Eu te sinto longe quando toca. Então bata.

Se lembre de mim todas as noites antes de dormir, mesmo não lembrando nenhuma vez durante o dia.
Mas nas noites... A noite sim.
Seu sonho, desde que me sonhou aquela vez, pense nele.
Meu perdido, parece comigo, e odeio tanto isso.


E quanto a nós? Bem... Só agora que consegui chegar em casa.

sábado, junho 2

Enlouquecendo


Às vezes tenho a impressão de que estou enlouquecendo, e quando paro e penso sobre, percebo que é verdade.
De todas as horas que passo junto das poucas pessoas que tenho em minha cabeça com afeto, eu as amo, e são o que tenho de bom, quando estão comigo. São meus, sou deles. Meus queridos. Não pela primeira nem segunda vez noto que quem vê o modo como vivo veem algo menos que o normal, a falta de problemas em pequenas coisas que poderia ter e minha cabeça que sangra aberta pelo excesso de libertação de tudo o que vejo, muitas vezes chocam pessoas que tem pelo convencional o que meu rosto demonstra ter, uma expressão singela e tranquila do que pareço ser.


Perdi o medo, a fé, o ódio e a ganância, mas penso que por hora muitas vezes eles tomam conta de mim. Acredito que estou numa vida, num tempo que quero e sugo o que ele tem a me dar, e por vezes também, tenho receio do que depois isso possa ocasionar, mas continuo, sendo tola ou não.
Não vejo maldade, mas excesso a malícia de tudo o que passa por mim, e uso da prepotência que for, que não creio ter, mas tenho, para ter poder disso. De quem for, do que for.

Durmo e acordo com olhos dourados, cintilam no sol e resfriam no ar, choro quando vejo a lua chorar, e todos os dias não tenho nem um pouco de medo de acordar e sonhar.