sexta-feira, junho 28

No ar, meu ar. Se Foi.

Cai no chão e acordei com uma fumaça rosada a minha frente
Sua imagem apareceu ali, e você se materializou.
Nossa violência vai acabar aqui. Vamos ser bons.

Estava muito, muito frio. Assim como suas mãos, ainda não acostumadas novamente ao tempo daqui.
As minhas quentes, úmidas. Agora estamos juntos de novo, por um tempo tão curto
Fomos correndo, andando sem medo e em meio ao ar gelado pelas nossas plantas.
Ainda consegue sentir arder quando respira fundo esse tempo frio? Era como era.
Não sinta vergonha, nem medo. Somos ainda aquilo que morremos lá.
Apenas anos distantes, mas ainda lá.
Prove do liquido quente.

Era como sentar em algum lugar e aos poucos ir sentindo o Sol aquecer cada centímetro da alma.
Alma morna. Sempre um auge de sentir e ver ir.
Vou olhando para o Céu imaginando você ali. Como sempre quis. Flutuar. Flutuar.
Queria as vezes com você ir olhar tudo dai.
As águas descem dos olhos sem que eu perceba. Salgam a boca.
Se sentar próxima a você, sinto o cheiro das flores. O som da água correr, e ir.
Alma fria, agora se foi.

Sai de lá, tranquei os portões. Deixei anjos cuidarem de você naquela tarde.
Até mais amado.


quinta-feira, junho 20

Temo

Temo o Mundo

A não poder mais sair de casa
De não saber às crianças o quanto o ar era puro
O quanto as arvores balançavam
O céu azul e o Mar tão bravo.

Temo o Mundo

O amor virar uma história
Contada por povos do passado
Os quais andavam de mãos dadas
E prometiam morrer juntos.

Temo o Mundo

Mais guerras começarem por nada
Doenças alastradas
Pessoas não mais saberem pelo o que viver
e morrerem por nada.

Temo o Mundo
Mas queria não temer
Acordar todos os dias e poder envelhecer
Sem medo, sem rumo
Vivendo apenas, olhando o tudo
As frutas no pé, a água ainda fresca
Os sentidos a flor
Meus amigos e o amor
Pudera eu, todos os dias
Ver e ter tudo o que preciso
A cada minuto continuo
A cada vão momento perder
O ar que entra e sai
Para que se viva a vida vivida
Lembranças felizes, tristeza normal que faz parte
Depois, como de lei, ter o direito de morrer.