segunda-feira, março 18

Logo se vai

Quieto.

Eu ouço as pessoas cantarem suas crenças numa noite fria ao lado de onde estou.
Garoa- elas cantam como se uivassem, num tom sereno a paixão em quem acreditam.
Eu, sem você.
Nesses tempos frios, onde meus olhos conseguem olhar para o céu cinza e ver que assim também está
Alto, triste e só. O céu. Assim  fomos.
Eu espero, pelo dia que sei que está pra chegar, alguém que virá, alguém que faz rir, mesmo assim, não é quem poderia. Então, logo se vai.
É sobre um tempo onde as mãos eram geladas e o sol entre as nuvens era frio, tão frio.
Esfriando por dentro.
Tudo o que não conhecia. Por mim, por não ser. Mas foi, por um tempo.
Ainda penso, em pensar, em viver no que poderiamos lembrar. Ou fazer. Ou voltar.
Não pensar.

Pela manhã, nunca penso sobre. Quando se tem luz, vejo tudo com clareza, e não penso mais que vou pensar. Tenho a vela a queimar.

A tarde, me derruba por dentro, o tanto que penso, que fiz e não fui. Se foi ou não mais. Está se aquecendo.

Pela noite, completa agonia - Sinto a chuva molhar, sei que não pode chegar, que então não virá. Eu provoquei tanto assim. É a noite tardia.

Madrugada. Não mais. Dormi. Mesmo que não por dentro, repouso. O que não queria pensar, com quem eu queria sonhar, mas tão cedo se esvai. Terei que acordar.

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