quinta-feira, novembro 28

Dias

Exaustão 
O dia se fez dia
Acordou num tom laranja, fazendo já, nos primeiros minutos pós acordados o ser cansar
Os raios do tão grande Sol queimavam a pele das pessoas que começavam a tramar o seu dia
E no decorrer dele, ardia.
Durando o longo tempo que eles trabalhavam, sentiam a tão triste sensação de inércia
O se sentir desprezivel. O amargo do não criar, do não propor - Apenas obedecer.
Pela tarde, o voltar para casa. O peso, o desconforto. O mal-estar da alma
Levamos um peso o qual não conseguimos aguentar. Seguramos tão infelizes quanto, os animais
Fechados no centro de algum meio de voltar para onde queremos estar
O suor que escorre quente entre as mãos cansadas do dia a dia
Odiando tudo o que vemos pela falta do não poder terminar.
E renegamos qualquer pedido, qualquer alegria, qualquer desperdício
Chegou a noite, só queremos descansar.



Sexo


Não são todas as vezes. Nem todos os dias - Nem de costume
Porém, quando nos temos é essa completa sintonia
Gosto, não caso, de te olhar bem no fundo do que se faz crer. No que finge ser
Depois, despe-se, como se nada mais pudesse acontecer.
Seu olhar é tão infantil, meu amor, quando me olha sem nada e com tudo que posso oferecer
É uma criança esperando para brincar.
Seu olhar é tão perverso, perdido, quando, em segundos desmaterializa em sua idéia de concretizar
Um homem que sabe como e quando comandar.
E entra, por completo, te vejo e quero, como se não mais soubesse não fazer
Se contempla num desejo de então me satisfazer
E faz como quer, sabe como se submeter.
Suspira, grita e molha. Termina sua jornado em momentos de em Deus dizer crer.
Abraça, cansado - Um menino extasiado por dentro dos olhos voltou a ser.



 Comum

Não brinca. Acorda
Cansada do dia que está por saber
Assiste o que gosta, as vezes fingindo ser
As vezes fingindo saber, não estar, não crer.
São desenhos que faz nas luzes contra a parede sombreada
Os choros, que, incontidos, agravam o tanto que prende e acorrenta seu coração
Livros e músicas que ama por tempos e depois se vê desinteressada
Textos que escreve por longos dias e depois apaga
Sabe.
Bebe o vinho- tentando esquecer os dias que desperdiçou
Dorme - Tentando não amanhecer
Acorda feliz em saber que o que pensava no dia anterios sumiu da tristeza do seu ser.









domingo, novembro 24

0123. 3210.


Reflexo triste que existe dentro de cada meu primeiro olhar nas manhãs. Quebrou meus espelhos em dizer o que fui: Amor sem amar também fui. Querer sem estar também fui. Ir sem voltar também fui. Olhar sem tocar também fui. Me enganar e gostar, Sou.



.12.
Eu disse em meio a um temporal o quanto queria junto dele estar
Sabia pórem, que com o barulho da chuva e dos trovões a esbravejar ele não me ouviria
Ele me viu falando, só viu, sem ouvir. Não entendeu. Se foi então. Por tanto tempo.

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1/2.10-11-12-13
Ela nunca me deixou no mundo dela habitar
Sempre tive a tão grande vontade de conhecer o que de fisico havia por trás do seu desconfiar
Meus olhos se perdaram no Céu tantas as vezes que eu ousei coloca-los à queimar
Para olhar e entender o azul tão fundo em que ela insistia se camuflar
Era uma menina com medo do mundo - Se escondendo para não se mostrar
Uma menina de sonhos tão duros - Uma vez me disse ter medo de não mais conseguir acordar
De medo, fugiu. Eu não sei mais como a encontrar.

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11-13
Tenho caminhado pelas ruas todas as noites
Depois de cansada. Depois de ofendida. Depois de não me encontrar nessa vida perdida
Todos os dias ventam. As noites chovem o frio.
Notas de baixo valor estão úmidas dentro do meu bolso para pagar mais um copo vazio
Lembro dele o tempo todo. Acordo e viro.
Lembro da noite. Do som e de tudo, O que fomos. O que vimos.
Hoje, ouço o que as pessoas dizem
Não gasto com o que não preciso ter
Leio o quanto posso antes do entardecer
Chego e me deito - mais um dia sem viver.


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.12.
Eu enxerguei nela um ser o qual um dia eu tentei ser
O medo de tudo que um dia eu possa de novo querer
Seu gosto é um segredo.
Conheço pela vontade em ter. Mas nunca a prova é real de poder
Se mate, menina! Suma de dentro do meu reflexo então.

.
.
.

0123:
0. Não quis conhecer. 1.Achei ter. 2.Não mais vi. 3.Ousei agradecer.

3210:
3.Não há como agir. 2.Tentei entender. 1.Busquei . 0. Sabia que seria meu motivo de viver.






quarta-feira, novembro 20

Júpiter

Naquele tempo; perdida em meio de minha confusão sem saída
Encontrei em Júpiter o que eu achava que nunca mais veria - A alegria
Não sei como me resgatou de tão funda dor na qual eu vivia. Com sua voz me fez voltar a vida.

Lua

Depois de tanto pelo o que fiz e quis não ter durado
Eu encontrei na Lua um ser amado
Me fez ver a cor do Sol e o gosto do Mar dourado
Sempre em meu lembrar as noites em claro que nele vi tão puramente seus olhos acordados.

quarta-feira, novembro 13

Monólogo - Para Sempre Lá

                                                     Em cena - Um homem, luz baixa em foco. 




Eu nunca soube por onde começar encontrar o que existia nela
Talvez por seus olhos, talvez seus amigos, talvez nunca nem tenha sabido
Eu a vi uma vez e lá já soube - meu coração estava entregue para sempre a um necrosar
Da primeira vez já cai dentro de seus olhos, que se mexiam com tanto dissimular
Eu olhei seus dias e tentei controlar
Observei sua vida e tentei ao seu lado caminhar
Desejei ter seu corpo e nele penetrar
Fisicamente. Emocionalmente. Eternamente.
Fisicamente queria sentir o ar congelante no qual se mantinha - O topo de uma colina
Alto e triste - A lua em neblina.
Quis roubar do seu vento o tanto de cor que te faltava e eu queria lhe dar
Emocionalmente, queria rachar a pedra que carregavas dentro de seu pensar
Um trabalho árduo, não me iludo, mas que decerto iria me compensar
Ver os porquês das perguntas que me fiz, e que, provavelmente, nunca chegaram a te fazer pensar
Te atingir, machucar, fazer sentir algo e depois confessar
Talvez depois de tanto trabalho eu encontrasse dentro dessa mente a causa de tanto observar
Lá dentro, ver realmente, com visão de olhos padecentes a tão grande matéria que a fazia brilhar
Álgebras que fecham qualquer possibilidade de eu conseguir passar

Para sempre me trancou lá.

sábado, novembro 9

O ter. O ser. O alegrar. O não amar. O viver.


  De ter certeza.
A vida onde começa e não termina.
A vontade de trabalhar para ter, ai comprar, dizer que tem. Não ter.
Se coisas livres que nossos olhos podem ter como o Sol no amanhecer
como um olhar sem saber o por que ou o dormir de descansar para então poder viver. Por quê?




   I e II
A diferença entre o não ser e o não ter. O não ser que não te faz bem, aquele que não basta que você aparente ser bom, querido ou melhor, se por dentro você não é. Isso é o não ser.
O não ter não vale de nada, o que se precisa ter? Precisamos ter algo para mostrar? Para valha o poder? Ou para que olhem para nós apenas o ter? O ter não vale a vida, o ser vale.
 O que somos, ou o que queremos ser.


   III


O que me faz pensar que eu fui feliz nos momentos nos quais eu acho que fui? Em algum momento, dentro de um momento eu sorri, e estava num lugar ou com quem gostaria - Isso me fez feliz. Eu vou lembrar?
Em algum outro momento eu me senti feliz, e quis que as pessoas que não estavam lá soubessem da minha alegria; Queria provar. Foram alguns momentos que amei viver, e busquei de novo ter, obrigando a vida fazer de novo acontecer. Por pura inocência achando que ia ter. Mas iguais novamente não vou viver. Não vão acontecer. Minha vida, como a de qualquer ser, corre águas que por duas vezes é impossivel beber. Posso matar a sede as vezes, mas não com o mesmo.




   IV
"...Foi a chuva que molhou friamente o que eu achava que poderia de novo amar." Mas no fundo sabia
que não. Eu quis, eu tive. Eu busquei e consegui, eu tentei pra sempre ter e ele acabou por ir.
Quem foi? Ele se foi ou meu coração? Ou ele levou junto com ele? Achei um dia ter tido um?
Perguntas que sei responder, sei de mim o que não vai mais acontecer.
Eu não quero porque não preciso. E o não precisar me faz não sofrer. E não é medo de perder, e só um não mais conseguir sentir que é meu para poder perder.


                                                                    
  V
Despertar!
Qual a certeza que se tem do que foi real ou não? A vida corre pelo meio dos dedos e você acha que ainda pode viver. O que valeu foi o que se lembra, ou o que se sonha ter. E se sonhar, vai acontecer? Por que a vida não basta sonhando o que se quer viver? Se eu quero, e imagino como a vida poderia ser, por que preciso fazer o mundo e o resto ver? Se para eu viver já é tão bom o que quero ter.
Como eu amo ouvir o som dos trovões cortando o céu cinza.
Foi o sol nascendo grande e luminoso num dia frio fora da minha janela, me dizendo para somente acreditar nele e não por isso eu precisava todo dia ver. Os dias que chove, ele não está ali, mas me disse que está.
Os dias luminosos ele se faz presente até o dia repousar. Mas a lua, a lua em qualquer tempo vai estar lá. Despertar.