sábado, setembro 14

26.40-1322J

Essa máquina turbulenta que se encontra no topo do meu pescoço, hoje, depois de um longo periodo de paz, se encontrou sem sua base nesse dia que parecia ser como como quase tantos outros.
Me perdi entre cinco dos meus maiores e mais ocultados pensamentos; do maior deles, o homem em que uma noite há anos atrás me pegou pela mão e me levou para o meio de um Mar escuro dentro de seu návio Inaufragável.
Dizia ele ali ter sido a melhor madrugada de pudesse viver. Para mim, a mais viva.
Mas vinha me matando desde então.

Nos tempos de paz em que me vi afastada do peso da lembrança, senti a tranquilidade que há muito não sabia. Porém, estava certamente congelada em uma pedra de gelo naquele
oceano ártico que um dia fomos.

Hoje - o descongelar. Pro mal me fez bem.
Em menos do que eu poderia esperar, toda aquela euforia latejante se fez pesar dentro da minha mente. E vi de longe a sombra de um Eu que um dia conheci.

Como de costume e de nenhuma espera de por quês, ele me encontrou; se fez ver
e não por não ter - Nos sucumbimos a um contato interno e de profunda destruição.

Arrancamos a alma no pouco tempo que tivemos de ter.
Não nos amamos. Nunca foi.
Mas sabemos o que existe de mais perdido e imutável dentro do outro.

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