sexta-feira, setembro 27

A Tristeza é a Ilusão em Esperar Algo Que Foi e Nunca Irá Voltar

Antes Eu
Depois você.
Eramos imaginar, hoje só não mais.

É um buraco que se cava dentro da própria pele numa tentativa de poder voltar ser
Rasgando-se em pedaços que caem e ao secarem viram flores
E só conseguia sorrir quando te via dando um até logo que duraria muito tempo.
Olhamos para o chão e o que parecia poder ser real não estava assim tão distânte de nós
Mas fomos fracos e nunca aceitamos que deveriamos continuar.

Nosso coração então continuou para sempre infantil e sem rumo.


Prometemos não nomear os dias nem as noites
Quando acontecesse seria a memória inflamada durante os anos que seguiriam
Deixamos o amor ferido guardado dentro de algum lugar muito fundo a não ser revirado
E aprendemos a ver o Sol em cada novo dia que se fazia amanhecer. Em ter. Nos ter.
Gostamos de viver o pouco de tão pouco que sempre se escondia na luz de alguma estrela
Em um dia que pareceria surreal mas só era uma tarde de outono bem vivida.

Não me dizia mais nada que queria não dizer.
Não me fazia mais nada que pudesse fazer nos achar.
Escondia dizendo que não doia o que tanto se fez machucar.
Olhava para o alto de um Céu onde sabia que iria me encontrar.
A tristeza é a ilusão em esperar algo que foi e nunca vai voltar. Nunca.
Nos preservando de algo que temos certeza de que existiu e não devemos mudar.

sábado, setembro 14

26.40-1322J

Essa máquina turbulenta que se encontra no topo do meu pescoço, hoje, depois de um longo periodo de paz, se encontrou sem sua base nesse dia que parecia ser como como quase tantos outros.
Me perdi entre cinco dos meus maiores e mais ocultados pensamentos; do maior deles, o homem em que uma noite há anos atrás me pegou pela mão e me levou para o meio de um Mar escuro dentro de seu návio Inaufragável.
Dizia ele ali ter sido a melhor madrugada de pudesse viver. Para mim, a mais viva.
Mas vinha me matando desde então.

Nos tempos de paz em que me vi afastada do peso da lembrança, senti a tranquilidade que há muito não sabia. Porém, estava certamente congelada em uma pedra de gelo naquele
oceano ártico que um dia fomos.

Hoje - o descongelar. Pro mal me fez bem.
Em menos do que eu poderia esperar, toda aquela euforia latejante se fez pesar dentro da minha mente. E vi de longe a sombra de um Eu que um dia conheci.

Como de costume e de nenhuma espera de por quês, ele me encontrou; se fez ver
e não por não ter - Nos sucumbimos a um contato interno e de profunda destruição.

Arrancamos a alma no pouco tempo que tivemos de ter.
Não nos amamos. Nunca foi.
Mas sabemos o que existe de mais perdido e imutável dentro do outro.

domingo, setembro 1

Uma Vez no Horizonte.


 Não faço idéia do que se passa ai dentro desse seu mundo Repugnância de tudo que vê aqui fora
Seus três pensamentos. Conheço os três.

Puro, limpo e sem figura real
São dois buracos negros e fechados que não mostram nada
E já que está sozinho, volte pra casa.

Seu corpo é mas forte do que pensa, mas sabe.
Se fecha com a força que sabe que tem
Abre suas vontades impuras pra quem quiser
Prova delas, sem medo ou vergonha
Grita como quer e como precisa. Tem.
Sórdido e obsceno
Mas não as deixa ir além disso. É só o que tem a oferecer
O que há por trás disso ninguém sabe
Sem medo, fale comigo.

Ja teve algo real dentro dessa parte central da esquerda? Alguém ja usou? Alguém ja ousou?
Mesmo depois desse tempo todo permanece andarilho.

Seu lado brutal, grita e pede para verem o que você é
E ouvirem o mundo - o que o seu Eu precisa
Se mostra aberto, totalmente aberto.
O lado desejável, voa com a voz mais doce que já ouvi    Excita e acaricia quando estou lá. Não temo.
Só temo ser o que já fui e não sei ser.
Desvencilha. Me vejo - você é o mesmo.

Deveria ter aprendido com o silêncio
Quando você me escarmentou. Lá no horizonte.