quinta-feira, setembro 27

Ainda

Sons da noite
Tenho ouvido o que não ouvia, ou não percebia que eles estavam ali
As noites turbulentas, deitada, imóvel - Sem querer acordar. Acordada
Pego meus olhos em você, mas você nem está lá. Estamos viajando; Tão escuro é o céu azul.

Desperdiçando...
Acreditando que ainda exista um coração
Doces e sinos na minha porta. Um dia eu apreciei tudo o que via
Acariciando seu rosto quando estava ao meu lado. Enquanto chove, acredito em você cruzando a rua voltando pra casa - Precisava que fosse verdade te ter.


Talvez eu tenha ficado muito triste
Talvez você muito distante
Talvez ambos muito frios.

Talvez eu olhe para a Lua acreditando em um fantasma de amor
Flutuo em segundos até o mundo que gostavamos de viver. Eramos abençoados de querer
Talvez ainda exista um coração. Talvez em você.

segunda-feira, setembro 17

Tem que ser pra não durar.



O que então a não aquilo o que você dizia sentir.
Por que não?
O que não, a falta de amor, mas gostando do quão ruim era? Você entende que não poderíamos. Ou ainda não.
Te quis, inventei para tanta gente; menti para mim. E como.
E apesar de você desprezar tudo o que era bom; eu deitei e fiz como queria; Dirija, dirija. Não!
Desde aquele tempo.

Aprendi desde cedo a ter medo do sol, não me aponte então, não iria durar. Incendiando meus olhos. Não venha me dizer que era só uma chuva. Era você quem queimava. Ou é.
Não acordamos pela manhã, achei não ter acontecido; Algo seu estava em mim ainda.
Pelas altas horas de uma noite qualquer, você quis.
Não vou mais às ruas.

Não acho que isso é certo. Orgulho meu – tolice de ambos.
De dizer o amor, amor, amar. Nada disso, era só meu homenzinho de brincar. Ainda quer?
Era o que você queria, explorar meu mundo. Tentou, fez o que pode, trabalhou pesado a noite toda. Tão dentro.
Não minta que não existe mais, tudo o que quis ser, fui eu que ensinei.

Vesti preto, você com ela; Cantei para os dois, olhando só na sua direção. Ouvindo, ouvindo – Você não esperou. Levantou, saímos, ela se foi dali, como de certo iria acontecer. Nos molhamos.
Você me disse ter chorado, então não me acorde de manhã.


Não gosto de onde você vive
Nossa porta está sempre rangendo
Eu disse: Não te quero, mas volte sempre.
Chore para mim, dizendo o desespero, que tem sangrado; Gosto assim.


Se quebre, me queime. 
Cansei dos bons amores que duram e não doem até o fim.

sábado, setembro 15

Com tão pouco

 
   Imagino o sol fora da minha janela embaçada, como vejo todos os dias ao acordar. Mas dessa vez vejo nós dois olhando através dela, minha janela. Numa manhã de sol e ar fresco.
A luz entra, e sinto a brisa passar vagarosamente em meio aos fios de cabelo.
Tentamos espantar a terra do sono.
E mesmo sabendo que não faremos nada o dia todo, o dia se valerá.

Levanto, com uma força fraca que me puxa, e saio da minha segurança fechada.
Sentada no jardim, com um vestido qualquer de cor leve, puxo meus pés para cima da cadeira, estão brancos e limpos, como lá.
Sentada frente a uma mesa que fica ao lado da pequena vala de água que corre
Ouço, um som tão doce.

Ascendo o fogo, preparo com calma o chá que iremos beber por horas. Surpreendo-me por duas mãos puras e fortes deslizando meus quadris - Tão calmo, tão fundo. E toca tudo o que precisa. Como quer. Onde e como preciso. Horas ali. 
Meu menino
Agora você sabe.
Tão forte. Só um menino.


Mil vestidos para colocar e você ver. Todas as atuações para fazer. Tudo como quiser.
Me encha com seu brilho.
Te colocando agora sempre no meu show.

Precisando ter. Chorando sem saber o quanto mais vai querer.

Um túnel de luzes, milhares delas. Sofro de medo à noite fria.
Sofria...

Olá paraíso. Acordei. Te vejo em luzes douradas me segurando fraca.
Com jeito, fico segura em seu colo. Não temo mais. Fique aqui.


Danço no jardim a noite, giro com as estrelas. Minhas estrelinhas; Você dali olhando sentado, com as mãos apoiadas próximo ao rosto, apenas sorri, vendo como se pode ser feliz numa noite sem nada. Com tão pouco.

Uma vida. Como eu posso? Como podemos? Não temos nada.
Temos tanta coisa.
Tudo.



terça-feira, setembro 11

Evitava.

Minha garganta tem fechado, cada dia mais
E cada vez percebo...

Você furou meus olhos e quebrou meus pés da ultima vez que falou,
eu não aceitava ter medo.
O mesmo erro. Toda vez que te via sorrindo queria fazer isso virar ao meu favor.
Tudo estúpido. O pássaro preto sentado todo o tempo no meu ombro cada vez que estavamos juntos.
Você me queria pro bem.
Evitava.

Todos os dias e noites
Todas vezes que descia uma gota dos meus olhos;
Não aceitei o que você queria dar;
Não sabia como lidar.

Te vi queimando na lareira a minha frente,
Não queria ver você feliz. Nunca quis. Gostava apesar de tudo, da sua tristeza.
Minhas mãos paralisaram quando te vi dando as costas uma única vez naquela direção. Única tarde.

A mesma engrenagem da minha cabeça bloqueava o que funcionava no seu coração
todas vezes que você vinha falar de nós.
Talvez tenha sido só você a realmente me amar nessa vida afinal.
Tinha medo das suas mãos em mim e do seu sangue querendo nos juntar.
O que eu iria fazer com você se não te magoar depois de usar?
Mesmo que quando amar.
Talvez eu nunca tenha vindo a te amar
Mas sempre quis estar.


Sei que ainda vive por lá
e eu ainda não sei como lidar.

quinta-feira, setembro 6

Só por amar? Ou amar não é "só" ?


Por que não amar de uma forma simples?

Por onde anda a pessoa que disse ser e ter nela tudo o que no mundo de outra gostaria de ser?


Viveria um ser sozinho caminhando neste mundo sem fim em busca de uma razão para ele mesmo ou viveria esse mesmo ser em busca de algo em algúém? O que falta para que se precise ele, ser, buscar em outro, que bem ou mal conheça, que não se tem certeza do que pensa nem como pode agir?

O que fez sua vida ser tão bonita durante esse pouco tempo? durante esse muito tempo? durante uma vida toda?

O que durou? Quando e até onde durará? O que fará acabar?


Olhos que vão brilhar, abaixar, iluminar, imaginar e talvez, provavelmente, irão se apagar.

Vai brigar, lutar ou aceitar?

São minutos que duram anos, e anos que passam em um piscar.


Por que se abandonar, se desprender do próprio corpo e sofrer por uma matéria não sua,não pra sempre. Só por amar? Ou amar não é "só" ? Está só quando amas ou se não ama estas só?



É uma injeção na veia que dói ou só um pulsar no coração? Existe realmente o que se sente ou é só o desejo sem fim da ilusão?
Foi inventado em livros uma beleza interior que buscam além do fato maternal ou se cria de verdade uma parte nas pessoas que as fazem ser melhor?
Existe  só o desejo, só o amor ou só uma atração biólogica para qual inventamos nomes e grau de intensidade?

O quanto se pode? O quanto se pede? Quanto se perde? Se é que se perde... Perdemos algo ou nos perdemos? Ganhamos perdendo esse algo ou só enrijecemos o coração? O que na verdade nem vai pro coração, fica na cabeça, a comandante, que manda estímulos pro sangue, que por sua vez manda no calor das mãos, na palpitação, na excitação e quem sabe, numa desilusão.


O coração é só um orgão, um musculo oco (por certeza oco anatomicamente, e por vezes literalmente) que bombeia nosso sangue de forma que faça tudo circular. Mas quanto ao amar...
Quanto é amar?

quarta-feira, setembro 5

- Partes de uns diários ai

Podem não ser do mesmo ano. Mesmo mês; nem mesmo fluxo.
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-- Abril:
Hoje acordei com uma agonia muito forte. Ansiedade que já é normal que as vezes dá, só que pior.
Almocei feijão com farinha e omelete. Vou voltar pro RS esses dias. Cansei dessa merda de net.



-- Abril:
Fiquei o dia todo cansada, na verdade a semana toda, só trabalho mais trabalho. Nada de dinheiro.
Tomei uns 3 capuccinos durante o dia, Jantei pão com queijo quente. Dormi mal!


-- Abril:
Conversei com um cara legal hoje, parece ser simpático. Tomei uns 2 litros de chá verde. Fui fazer uma entrevista lá na puta que pariu, achei tudo uma merda - Não vou ficar.
Sem grana pra NADA. Ouvi música a noite toda, e chorei a noite toda também! 

Essa semana volto de POA. Calor sem graça, espero que lá esteja melhor.

-- Maio:
Dias sem escrever. Continuo sem dinheiro, comendo mal, bebendo muito. Meu café da manhã esses dias: cerveja e pão com manteiga. Continuar sempre com o  chá pra reparar o mal, HÁ!


-- Maio:
...... Sai com uns amigos, muita putaria como sempre, em todos sentidos. Nada, é pro bem, somos todos amigos e irmãos. Sem maldade. Bebi demais, passei mal; Acordei e fui andar na rua de madrugada, sozinha. Tinha um bar tocando bossa, sentei pra ouvir.


-- Maio:
To vivendo sozinha há muitos dias, ta estranho as vezes fico falando com a caneca se bobear. Conversei só hoje com um amigo antigo, ficou bobo com uma mulher ai que conheceu. Dormi muito, e bem.


-- Maio:
Ta muito frio, meus dedos doem e congelam quando eu fico aqui na frente da janela escrevendo. Sempre bom falar com ele.


-- Maio:
Conversei pela primeira vez no telefone um bom tempo com um cara que conheci, ele tem a voz boa, mas bem tímido. Almocei pão com ovo e vinho. Dormi a tarde, coisa raríssima. Tomei chá e escrevi a noite toda, minha mão tá doendo muito.


-- Junho:
Colocando muitos roteiros em dia, minha mão ainda tá ruim; Minha casa tá uma zona cara. Comi bem esses dias. Fiz exames de sangue, tudo certo, viverei mais 1000 anos (não!). Saudades de alguns poucos amigos. Pedi pizza de madrugada, o entregador queria entrar... Comi ela inteira. Dormi.


-- Junho:
Fui ver um amigo que gosta de mim, ganhei um presente dele. Bonito. Ele se declarando sem medo de ouvir... Não sei o que quero. Tomei chá com leite, escrevi muito. Dormi pouco.


-- Junho:
Comi 3 sacos de pipoca. 5 filmes


-- Junho:
Hoje acordei querendo que fosse meu aniversário, fiz um bolo. Ficou ótimo, comi sozinha. Me ligaram; não atendi. Briguei com o meu irmão. Sai pra comer a tarde, acabei não comendo e bebi. Meu amigo me ligou, falando sobre seu amor. Fico feliz por ele. Não dormi nada.


-- Julho:
Vou sumir esse mês, férias por escolha. Vou me enterrar em qualquer lugar numa praia sem nenhum outro mortal.


-- Julho:
Pela primeira vez na VIDA tomei uma água de coco decente; vim só falar isso.


-- Agosto:
Cansada e com cara de quem não dorme há anos. Fui no cinema com um amigo. Respeitador...


-- Agosto:
Chovendo é nunca, mal da pra respirar nessa cidade. Tomei 3 sorvetes porque não tinha dinheiro pra comer (ou tomar?) outra coisa. Estudei os livros de arte empacados tempos aqui; Sem graça, já sei 90% do que leio neles. Um amigo passou a noite aqui. Tomei saquê até morrer na cama. Acordei horas depois sem saber o que eu tava fazendo ali. Triste.


-- Agosto:
Estou no Rio, dia insuportavelmente quente, até o gelo da coca é quente. Gente estranha olhando feio pra mim (certo que eu não tava vestida muito normal, mas não justifica). Vou ficar a noite toda no Mar.


-- Agosto:
Bipoladirade nervosa do inferno. Tentando ler um livro em um dia e quase furando o cd do Led Z aqui.
Comi bolo de banana e um copo d'água. Quanta riqueza...
Voltei pra SP.


-- Setembro: Comi pastel!!! antes que eu esqueça


-- Setembro:
Mês de bons shows, sem grana pra nenhum. Azar o meu.
Arrumei o quarto, escrevi mil folhas (claro que não foram mil)
Amor a minha madre. To comendo abóbora com feijão e suco de goiaba.


-- Setembro:
Comprei umas roupas, não queria, mas precisava. Tomei chuva.
Tomei 5 copos de água e comi bem. Oh.


-- Setembro:
Não sei desenhar, só no celular. Dor péssima nas costas+cólica, me entupi de remédio.
me enfiaram uma espada nas costas? (não!!) Tomei chai a noite com a amiga.


-- Outubro:
"Só chove, chove, chove. O mundo se desfaz em pobreza e brilho. Não tenho dinheiro, nem carteira assinada. Como bolo e tomo chá por tempo passar. Queria o Mar"


-- Outubro:
Passei o dia na chuva com alguém que fez o dia bom.
 


-- Novembro:
Ele era lindo. Percebi tarde demais. Oh!
Comi salada, não me satisfez. Tomei saquê e dormi.


-- Novembro:
Blues o dia todo. Noite toda.
Uma vida.



-- Novembro:
Não para de chover porra; to gripada por isso. To mofando. Comi miojo com hashi por que não tinha uma louça lavada. ouvi J rock e capotei; Acordei depois de 2 horas e fui comer maçã. Ninguém na rua. Fiquei olhando a chuva horas;  Vou amar ele pra sempre.


-- Dezembro:
Ultimo mês, grande coisa.
Tirei várias fotos do céu, arrumei vários papéis encostados aqui. Vou começar a estudar umas coisas ai.
Bebi muito chá. Exagerei.




-- Dezembro:
Fiquei vendo TV o dia todo, sozinha. Vou dar um tempo desses dias lá fora.
Comi salgadinho, fanta, miojo, delírio holandês e bacardi. Dormi no sofá.


-- Dezembro:
Ano vai acabar, Oh natal. bela porcaria!
Felicidades meus amigos, agradeço a Deus minha saúde e felicidade muitas vezes até incomum.
Estou bem, a falta do que não tenho me faz amar todos os dias que amanheço. Obrigada.

00:
Fim do ano - beber, beber e beber. Chorar
, dormir e Amanhecer.

segunda-feira, setembro 3

O levar do Mar

Tenho visto as luzes da noite cruzarem o céu
As nuvens correrem daqui
Ele me chamar, minha cabeça girar. Girar.
 .
Saveiro se foi, só vi o Mar, ir e voltar;
Apaguei a luz da varanda frente ao vento de lá
Foi doce, foi rápido, tão triste. Passou.
 .
Dentro da nossa pequena casa solar
Esperava ouvir os passos chegar;
Nada ouvi passar por lá. O ar, o ar.
.
Chorava, esperando o vento levar
Razava para conseguir suportar
Esperava as ondas te trazerem pra beira do Mar.