segunda-feira, novembro 28

Bai

Eu vi a lua
Banhada em vinho
e atrás dela, sonhos perturbados me puxavam
Uma noite longa, um amor eterno.
.
Sinto minha incompetência surgir
Sinto meu brilho subir
Sinto como se não mais estivesse aqui
Estou?
Meus olhos vão fraquejando aos poucos
O álcool da lua chegou até mim, depois de muitas doses
Fecho os olhos de sono e ressaca mais uma vez com o brilho sobre mim
A noite nunca foi tão bonita.





Para: Bai

terça-feira, novembro 15

.3 voltas ao mundo.


     Eu escolhi minha vida hoje depois de longos quatro dias de chuva. Na verdade eu já escolhi tudo isso há tempos atrás, mas por estupidez ou uma benção, eu parei e morri durante um tempo e analisei cada mínimo pedaço de vida que passou por mim.
Fiz escolhas sem fundamento e outras que foram cruciais, ou fatais, em cada coisa que apareceu a minha frente. Eu escolhi ficar parada ou agir, de qualquer modo, isso é agir, optar pela inércia ou pela luta não deixa de ser uma escolha.
Por algum momento eu me perdi no caminho e quase, por muito pouco, eu esqueci quem eu era, mas por mais uma vez, por algo maior que explode dentro de mim, eu volto, sabendo o que eu quero como sempre soube.
O como chegar lá, como me aplaudir no final de tudo isso ainda não esta claro. Ainda.
Só que esse emaranhado que corre em minhas veias esta começando a desenrolar, e quando eu tiver desfeito só a metade dele, já terei dado a volta ao mundo três vezes.

quinta-feira, novembro 10

Até que brilhei

Belo amanhecer
Ilumina a beira do mar pra mim
Não há mais nada no mundo
Que eu prefira acordar e ver.
Belo anoitecer
Eu estou correndo atrás do tempo
Pensei que morreria sozinha, numa noite sem fim
E aconteceu.

Mas agora estou nas alturas...
Correndo em uma angustia abençoada em meio das estrelas lá de cima.

Bela madrugada
Se mistura com as galáxias todas as noites
Me lembro do dia em que isso começou
Venho limpando minha memória de tudo
Pensei ter nascido numa noite sem fim, até que brilhei.

As vezes é dificil lembrar de mim
As vezes é dificil lembrar que não sou mais como era naquele tempo.


Subindo...

Eu estou numa altura que ninguém pode ver
Estou apenas começando a subir.

segunda-feira, novembro 7

.Cores do sereno.

Acordei hoje, ou ontem
não era a hora certa, sai
em uma estrada desconhecida e tão interessante
sereno que mal se via
um mundo novo abria cores a minha frente
cores fracas, cores fortes, poucas cores.

Meu medo prende meu estômago sem saber o que há ali tão próximo.


Céu sem descrição, retenção no meu andar
mas continuo... tudo tão peculiar
meus olhos brilham, sem medo do clarear
vejo a luz pura ao fim disso
tão perto, tão neutra
meu próprio olhar.

Vou me perder na madrugada
sair sem esperar que o sol volte
enquanto o tempo muda de lugar
vou atender aos meus apelos
antes que eu mesmo me sufoque.

sábado, novembro 5

-3AM - Noite fria e garoa na rua- Sempre

"Nesses longos anos que vivo com ela, sim, eu fiz o que prometi na primeira vez que a vi, entreguei meus dias a ela, vivendo dela, do que ela era, do que fazia, das vezes que ela chorava e que sorria.
Sua beleza só aumentou, assim como sua tristeza"



.Trecho sexto.

sexta-feira, novembro 4

Inútil é viver

Perdoa por eu não poder te perdoar!

Sentindo o vento tão forte no corpo, parece que vai levar para longe
em cada rua...
Vejo seus vasos, seu sangue, e deles pequenas flores.
Fiquei vendo isso sumir diate dos meus olhos e ir para outro alguém
Desaparecer, desaparecer.
Pensando que perdi meu tempo, mas não, eu ganhei tanto com tudo. Com tão pouco.
Não tenho mais esperanças de ter tudo que sonhei, mas o tempo delas foi o melhor que vivi. Se tenho que ir, nada existe pra impedir
Se eu já tentei, e tentei muito
Nada - inútil é viver.

-

A flor da pele

Trabalharei duro por uma vida medíocre e incrível
É o que quero.
Saí, realizei o que eu não fazia menor idéia do que iria acontecer, voltei.
Cai com uma peça madura da natureza - Perfeitamente.
Ressaca de dias mal vividos, dos quereres mal consumidos, dos amores mal vistos.
Tudo tão a flor da pele que confundo com a vida real.

Tangencial

Rendo-me ao meu fim do mundo
ou o meu mundo inteiro, não sei como posso ver.
Fundo...O mergulho foi muito mais fundo do que pensei conseguir ir, pra minha infelicidade ou não. Destruí todo o cínico que havia aqui.
Os pulsos que nunca foram cortados, agora sangram sem parar no interior desse corpo frio e gela tudo, fazendo correr um calor incômodo que atravessa tudo por dentro. Meu medo é esse.
Se cortar uma veia desses defeitos tão notaveis pode ser fatal,
e não sei qual deles hoje me mantém permanecer em pé.

Seja por essa fenda que não consigo ultrapassar, mas ainda assim passo, ou permaneço por tempos. Nenhum medo das chuvas, nem das tempestades; e sobre as ventanias, são tão agradáveis...
Essa terrível limitação do viver do que é passível de fazer sentido, mal sabem eles a felicidade que é brilhar no próprio pensamento, desgovernado de saber o porque.
E se real, existindo ou não, se eu acredito no que existe la fora, isso já fazem eles existirem, e continuam me chamando...

Em meio essas duas madeiras que abrem para a luz do sol e o vento da noite, choro com um medo fetal sem razão, ao mesmo tempo em que vejo luzes passando por mim, rápidas e sem rumo. Mesmo assim, infinitas. Pequenos satélites.

Sei que posso estar aqui, vendo o que as pessoas vêem, ouvindo e provando do quem olham, mas sentindo...acredito que não mais, não como eles.
Mas ainda existo.

M. Certamente

Gotas, o barulho delas
vento na rua, a gároa impulsiona
 na frente da luz, minha luz;
lá está, de novo olhando para o céu
tão claro lá, tão noite aqui
lento lento.
Único, meu único
de sorriso frágil, aflige meu medo.
De olhos rasos, atingem meu peito,

Motivo real da noite
o frio do dia, embaraça...
Minha vontade de ir;
meus olhos que precisam ver
minha ânsia por ter
minha necessidade de crescer
e ver, e ver;
Não abro os olhos ainda, aqui é tão melhor...
seu mundo, é meu
meu mundo sou eu,
no sonho mais vida, só te tenho nele
não acorde agora.


Agora pra sempre, pra sempre!
e se o sol sair de novo, aqui estou,
e se ele se for...não posso dizer.
Balança meu oriente
goteja inteiro na minha mente
meu, só meu.
Tanta falta, não mostro e sinto;
Mostre de novo aquele sorriso, só seu
vai ver duas gotas cairem de mim, certamente...


Certamente.

Palmas para o tolo.

Palmas, palmas para o tolo,
Ele se mostra tão sábio e ensina as pessoas a como conseguir a vida que brilha(como se essa, de algum jeito pudesse existir);
tão tolos quanto o tolo, é quem acredita nele.

Pessoas - Todas em um longo corredor, andam na mesma direção
seus costumes, seus hábitos, suas roupas, suas vidas
não são suas, são moldadas.
Criadas por alguém que esta longe de ser você
O que são elas?
De cara digo que não é você!
Interpretanto um papel vinte e quatro horas, sim!
Abaixados, acorrentados com espinhos que sangram a garganta, ferem o ego, mas ainda assim, sem falar nada.
Mantemos a postura; Nossos olhos não encaram as pessoas, as mãos evitam tocar o que desejam para não serem mal vistos, as palavras não saem como deveriam por uma educação exigida - somos hoje, nada do que somos de verdade.
Nós, como qualquer animal, queremos saciar nossas necessidades, temos raiva, afeto, desejos e vontades.
Como um leão que dorme, come, mata quando contrariado e acasala, Vive!
Um homem, hoje, mal dorme, mal come, não rebate a vida como gostaria e ainda usa seu sexo como uma ferramenta de exibição. Acha que vive.
E o tolo, o mais sábio de todos, com tudo que precisa para sua vida de glória, faz dos outros que o seguem como animais vendados que trabalham arduamente por um pedaço de carne e honra; falsa honra. falsa glória. Tão falsa que nem eles percebem serem enganados - Por si mesmos.
Nascemos iguais, sem roupas, com fome e chorando; Todos nós
e por uma contradição sem explicações, as coisas que mais temos vergonha de mostrar são essas: nosso corpo, nossa fome e nossas lágrimas
Não podemos ser vistos nus, pedindo um prato de comida ou chorando, a humilhação é grande demais para suportarmos.
Benditas são as crianças, que sem vergonha nenhuma pedem o que precisam, choram e dormem sem culpa. Gloriosas.


O amor não importa mais, importa o que que com o nome dele podemos ganhar
As pessoas já não importam mais, importa o Eu, somente o eu.


Os olhos não brilham mais.

- Tristes noites, feliz amanhecer-

E hoje voltou!


Há alguns anos encontrei
e corri, na rua fria e com poucas luzes da noite
cheguei, na euforia de ver e saber
o nome, a vida, os passos, quem era!
e mal sabia
que era eterno.
Na pele, nos olhos ficou a vontade
por dentro, sentido, ficou a saudade
de algo que nunca teve
e queria...queria...
Ah, noites na janela...
encontrando o que nem havia tido ainda
buscando, de qualquer jeito, um modo de trazer
do outro lado do mundo
o que queria ter.
Lágrimas de medo,vontade e ambição
queria ter, podendo ou não
na hora, no dia
seus medos, suspiros, suas mãos;
e não

Doces, doces dias de melancolia,
tristes noites, feliz amanhecer, de frente para um feixe de luz
o céu cinza
ao ver.
Se foi...
- - -

E hoje, sem que eu esperasse nada
ao meu lado, com tanta serenidade, senta
sem que eu notasse
diz poucas coisas
e me traz
o meu
sendo dele.
Some dias,
volta os tempos
meu céu;
as ondas, do mesmo mundo
afundam, afundam...

Se foram aqueles dias que fizeram o coração esquartejar
tem um por quê?
se serão esses dias que vai fazer os olhos fixar
quem pode saber?

Na espera
ninguém sabe;
o que nem eu posso saber.

Próximo 14

Um ano
Um ano sem ver
prometi.

Sem saber
Sem querer, mesmo querendo
me perdendo pra não me perder de vez
esperando, por alguma coisa que pode nunca vir
fazendo o que quero me querer.

Angústia...
me troco por você e não acho

Foi embora...
Podendo perder para sempre, ou fazendo isso para ganhar o que preciso no futuro
depende...da vida, não de mim; mas penso que sim.

Não tenho o que você era em ninguém
tenho em mim, não basta, apesar de achar que sim
mas não.

Longe...mas não tanto
poderia ir, poderia ver, mas...

Quem sabe, no próximo 14
terá mudado algo;


pro mal

pro bem
pra mim


Quem sabe...

Ver partir



É mais que poder ver
Vai além de ser
Vai além do eu.
É como ver ventos no escuro
Penso sim, em um abismo
o mais profundo dos universos
e ver que estava sem
Cai, só cai, sem ter onde  chegar
sem destino para ir
só cair.

Me faz falta
A  voz
o ver em si
O todo seu
Sei que é apenas o não ver,
Mas mesmo assim
Ah sim, me faz falta

Mas sei, que vive
Onde não posso ver
Mas sinto
no que posso crer
E sempre poderei
crer
sem ver.

eemvs

Lembro exatamente de tudo
Como se ainda estivesse aqui
As coisas grandes, as pequenas
Mas que nunca foram pequenas o bastante pra não lembrar.
Ouço minha voz, tão alta por dentro
Gritando por algo
Por mim.

Distante...sumiu pelos dias
Dentro dos meus dias que não acabam
Está longe, tão distante.
Não me machuca mais, sente como eu sinto
O acordo que temos, sobre o que fizemos
Correndo.

Estava tão velho para sonhar
Não viu que ainda podia curar ou machucar?
Isso não importa mais depois de todo esse tempo, certo?
Seriamos felizes
[.]


Me proteja do que eu tenho aqui
Me proteja do que queria que estivesse aqui
Os melhores tempos
 Vimos o sol se por
Vi a chuva chegar e levar tudo
Tudo.


- Algumas conversas pelo caminho


Trouxe problemas estranhos
Controla todos meus movimentos inegados.
Nunca me deixe ir.

Não existe outro espaço que eu possa correr
Te prometi
Me prometi.

O chão caindo sob meus pés
Acabou; Não.
Ninguém de nós ainda sabe para onde ir
Não acha que pode se ajudar? Seja o que somos.

Tão enterrado está o que batia dentro de nós
Não posso lutar
Nossas palavras sutis, realizaram nossos profundos desejos
E nos destruiu tão fundo
Não escondemos mais
Agora, de onde pertence?


Meus sentidos, tão forte nos meus pensamentos
E tão fundo numa ilusão
Eu não esconderia.


Agora que tenho
E vejo através desses olhos marejados
Como eu posso continuar?










- Para meu único








Provando Marte.

Quando subi, sabia que havia finalmente encontrado
Ali estava, girando, tão vagarosamente que mal podia notar.
Meus olhos cintilavam, grandes como suas duas luas.
Provei, do seu gosto mais quente e divino, me elevou para onde eu sempre quis estar.

Olhando, eu não sabia como fazer para guardar tão grande sonho dentro de algo,
para que quando eu o quisesse, estaria ali, só para mim.

Sua grandiosidade não tinha fim,
meus olhos que tanto desejaram ve-lo, não conseguiam enxergar por inteiro;
Minhas mãos que por tanto tempo trabalharam para estar ali, não podiam segura-lo, nem ao menos uma parte que fosse.

De todos os jeitos que por horas analisei, nenhuma foi possível para conseguir tornar real traze-lo comigo de volta a terra.

Voltei,
Me contemplando por conseguir chegar, e o trouxe, deixei sua matéria,
Mas esta aqui, comigo, do modo mais completo,
Está comigo no lugar que bate para que viva
e bombeia a vida em mim.
Eu o trouxe sem seu físico;
Trouxe sua essência
Onde pulsa o coração.

3

Olhos rasos, e tão fundos se olhar bem
tenho eles junto de mim pelos dias, os dias que eu mais gosto de estar.
No dia em que tivemos, nos tivemos, foi um dia quase sem fim. mas teve, apesar da minha contra vontade infeliz,
O calor da noite de março, do amanhecer do dia que segue... se foi pra longe, mas ainda está aqui

Hálito doce, quente pelo chá. Mãos frias, da noite naquele lugar
poderia ser em qualquer lugar...
E vi sob a pouca luz que lá havia, tudo o que por tempos eu desejava. Tive!
Com força, mas sutilmente aconteceu;
Poderia ser minha
Poderia ser meu
Poderia ser
Se ja não fosse eu.


JAYO

Eu

Ja tem algum tempo que todas as coisas que faço tem influenciado o meio, e todos
certo que qualquer coisa que qualquer um faça interfere no mundo,
pro bem ou não
mas,
O que tenho feito, mostrado, contado
tem sido tão grande que as vezes penso que não vão aguentar
e algumas vezes é isso que acontece
Se com esse todo que existe em mim
tenho mostrado só o começo do que posso ser
e com esse pouco, me aplaudem de pé, ovacionam com apenas esse mínimo que mostro
O que seria feito se eu mostrasse tudo o que existe em mim?
Acha que teria o mesmo fim de Jean-Baptiste Grenouille
seria devorada viva por aqueles que com isso teriam um pouco do que sou
pelo menos acreditam que teriam o brilho infinito que existe em mim.

No mar do espaço que estamos por milhões e milhões de anos,
eu brilho,como uma estrela que nasce ou morre,
alimentando-se dela mesmo
no cosmos que explode e liberta minha casca presa
Eu sou agora
tudo o que preciso ser! 

D.

Não entendo mais. Mudou.
E já decorei de tanto ver os traços na minha frente
Bem feitos, mal feitos, eu sei exatamente como são
Só não sei mais de quem são.
O que eu conheci, vivi e senti, não pertence mais ao que é agora
Era puro
Era claro
Era o dia.

O que vejo não conheço
Não é mais meu, não tem mais nada de meu
Não brilha mais, não me faz pensar, não é mais.

De todas as horas contadas depois que o sol desaparecia
estavamos aqui
Eramos aquilo
Viviamos de nós
Agora
Não mais.

Deixo
Estou deixando ir
Segurando uma parte ainda pelo medo de me arrepender e querer de novo
Mas deixo...
se voltar a ser um dia o que fomos um dia
Não terei só a parte que não deixei ir
Terei completo
O todo que deixei aqui.

H.

Marte brilha
grandioso
acima dos milhares de anos que se foram.
Metade envelhecida, pelo viver, por tudo que viu, que soube
está vencido.
Metade cresce, nova, aprende
 Suga tudo de cada elemento que existe.
Carrega junto de si o que mostra, um caminho que não conhece, mas sabe. Por dentro.
Desligando
Está desligando tudo o que existe aqui
vai deixando...
Girando tão rápido que mal consegue se ver.
Girando devagar que não consegue sair de onde cansou de estar.
Ja foi
O transe.
Pra sempre indo, voltando...
Tenta com as oito chances que pode.
Ter
Ser.
Um olhar de baixo que evolui
Fora do comum para quem não está ali.
e não precisa mais ser
Não precisa mais ter
Não se faz ver
Só é
o Ser.

- Seis horas do sol agonizante no oriente-

Isso é tudo o que sou e serei
Eu fui.
É o que tive que pagar por ser
de onde vim, uma fonte no meio das areias quais eu nunca vi
só não vi, mas vivi
e recordo
claramente
de cada passo que eu dei por tantos anos que não consigo contar
não lembro, apenas sinto que eu ja fui
eu estava lá.
Eu assisti o lugar do sol agonizante

O tempo parar... eu estava presente quando se fez silêncio em meio a tarde que ferveu
e fez a noite seguir
silenciosa.

Refletiu em espelhos de águas que não existiam
solitário

Onde eu me perdi
[1]
Quando dissemos que eramos,
nós realmente eramos aquilo que dissemos?
Ainda somos?

quinta-feira, novembro 3

- A menina do Mar -

    [.] Os olhos marejados pelo ardor do sal que vinha com o vento. Ela ficava horas esperando o saveiro voltar, esperava, esperava... Não vinha
Em sua rede na varanda, o calor das mil noites que ela ficava a olhar, só o cais e a luz do farol, mais nada vinha do mar.

- A menina dos homens -

   [.] Andava pelos homens, os quais já a conheciam pelo corpo, já tinham a usado, da forma como queriam. Muitos já andaram em suas águas.
Dela, fumaça e o olhar fixo para baixo era apenas o que todos podiam ter. Mais nada.
Ela não era mais um templo, não era mais seu próprio mistério.
Mesmo desvendada e usada por muitos,  ainda sim era sagrada.

- A menina dos planetas -

[.]  Fixos no céu, sempre. Seus olhos pertenciam a outro lugar. Olhar para dentro da nossa natureza e entender nossos sentidos era algo incompreensível pra ela. De onde era?
 Por anos que passou presa dentro de um espaço o qual não entendia como  funcionava
 Sua liberdade veio aos dezesseis, e o mundo era tão maravilhoso, que seu medo era não agüentar tamanha grandiosidade do que via. Mas via, tudo, sempre!
Até ver o que sempre quis ver.

Corri para o museu

Eu corri, corri, corri para o museu
Por quê correr se eu queria?
Eu corri, corri. Fugi para longe
Quis, quis muito, ainda quero? Será que quero?
Eu corri, corri, me escondi, nas ruas. Por quê?
Não toquei, desejei por anos, por noites, agora, não mais!
Quero? Eu fugi.
Por quê? eu corri.
Pra dentro do museu.
Terei? Terei!
Talvez
Não sei
Não mais.

2

As horas que fiquei aqui
foram horas que passei longe

quis, quis... não tive

Eu quis, eu quis muito, ter, ver, ouvir... não tive
por anos, não tive!
os tempos, as músicas as horas perdidas
era tudo tão real, tão grandioso
e por anos pensei ser o motivo, o meu motivo
Hoje, por nada acho que aquilo realmente existiu
se existiu, desejei mais o tempo do que o ser em si! como se não existisse amanhã eu quis, quis... não tive
posso ter, mas não quero
se tiver, nada dos meus sonhos nem das minhas ilusões vão ser lembradas com tanta verdade
e não foi verdade, pode ser, mas ainda não é.
Eu não fico com o que eu desejo demais
desejo mais desejar, do que ter
se tem... logo se perde
não quero perder o que quero tanto.
Eu quis quis e nunca tive
posso ter! mas não quero.

Talvez

Amor? Não! Pelo menos eu acho que não
Eu a queria pelos olhos, ou ser o que ela era
Não sei...
Eu perdi noites, perdi horas, a perdi
Ou nunca tive?
Só a vi uma vez, chorando o deserto, vi por de baixo de sua janela
Seus olhos perdidos pelo céu, onde ela estava?... Não sei
Acho que ela faz parte de outro céu ou outro milênio
Talvez!

Pelos quais

Eu tenho um amor pelo qual eu chorei por noites

Querendo vê-lo, querendo ser tudo que ele era

E tudo que faz parte dele, faz parte de mim. [M]





Eu tenho um amor pelo qual me apaixonei pelos olhos de cobiça

E sua inteligência. Eu o tive, uma noite, com medo e prazer

Em minha cabeça, eu sofri. [J]



    

Eu tenho um amor pelo qual eu sofri anos

E chorei incontáveis noites, e chorarei mais quantas eu viver

Meu pequeno anjo. [M]





Eu tenho eles, pelos quais eu acordo todos os dias.



 E nenhum deles é o mesmo.

dias maravilhosos

Noite passada eu passei ouvindo, sem que ninguém pudesse ouvir, as melhores músicas de discos empoeirados.

Sem nenhuma expectativa do que iria acontecer amanhã, nenhuma ilusão atormentava minha cabeça; eu vivi a noite passada como se tivesse vivido a minha vida inteira. Tranquila, sinfônica e gloriosa
como todas as noites deveriam ser.

Quando ele acreditou ter encontrado o melhor lugar, pensou: Onde esta o que quero?

Ele tinha conseguido sua vitória, a qual achava que não viria mais. A tempos nada havia acontecido de bom na sua vida.
Quando ele conseguiu um bom lugar para morar e uma boa pessoa para passar seus dias, pensou ter achado aquilo que pela vida toda procurou.
Por anos, muitos, ele se sentia como se não nada lhe faltasse, a vida parecia ter aberto as portas por completo. Mas, dentro de seu coração algo ainda faltava, a alegria que ele vivia não era completa, não havia luz, expectativa, noites em claro, nenhum sentimento que fazer seu peito agoniar.
No fundo, de todas as conquistas e momentos felizes que ele havia passado, nenhum podia ser comparado com os poucos e grandiosos momentos que ela o fez passar, a única que o fez perder a noção do tempo, e comparações eram facilmente esquecidas, uma vez que ele provou a perfeição. Sua vida que estava sendo tão incrível, passou a faltar o que realmente importava.
Então, sem saber onde encontra-la, seus dias foram ficando cinzas e melancólicos, seus pensamentos eram atorduados pela incerteza.
 No limite de seu esforço contra o próprio sentimento, ele dizia para o céu coberto de nuvens de pós tempestade: Eu gasto todo o meu tempo só pensando em você, minha amada, eu estarei sempre atrás dessa lua triste, que muitas vezes chora junto comigo por não saber onde você esta. Se ao menos uma vez você puder voltar para mim e me dar a certeza de que tudo o que esta dentro do meu coração não foi apenas um sonho. Você é o melhor de mim, e o único lugar onde eu quero estar.
Minha única, meu limite...onde esta?

-Memória 1-

  Nas madrugadas eu sentava em alguma ruína no meio do deserto na qual a luz da lua batia com tanta delicadeza, aquele silêncio, como os que poucos tem a chance de ouvir. A única coisa que podia ver eram grandes dunas de areias que constantemente mudavam com o vento. Costumava naquele tempo ficar horas, dias, andando pelo deserto, vendo incontáveis estrelas acima de mim, não me senti sozinha em momento algum, não estava. Como sinto a sua presença quando estou lá. Sempre
M.

2007

3 anos atrás, quando a sensação da vida era tão diferente. Tudo era mais real e possivel, o dia tinha trinta horas, e nós brilhavamos mais. As madrugadas eram de sol, eram quentes. Os medos eram maiores,porém, mais estimulantes. Havia milhões de caminhos para seguir, e ainda agora, muitos deles existem, mesmo assim, para mim só há um único a seguir.
:2007:



Lóxy