domingo, janeiro 29

Agora vendo ali fora

    É engraçado como as vezes pensamos em milhares de coisas ao mesmo tempo, nos fazendo com isso tremer o corpo todo por ansiedade e medo. Um medo de não conseguir, um medo de não conhecer, um medo de não saber para onde ir ou nem ter como o fazer. Hoje tendo todas as certezas do que queremos pra vida toda, parece ser uma certeza intocável. Besteira. No momento em que você sair dessa janela que está olhando o mundo todo que te espera lá fora e voltar para dentro de seu cômodo, você provavelmente vai mudar de idéia, talvez ter as mesmas vontades, mas nunca os mesmos medos. 

Fugimos de muitas coisas a vida toda, na verdade, fugimos da grande maioria das coisas que aparecem a nossa frente, por temer em escalas, por temer a uma grande perda ou a uma pequena bobagem que não nos fará falta. Mas pensamos que sim. Choros e angustias são tão fortes nos momentos em que acontecem, que parece que nunca vai acabar, um aperto que faz um nó que mal se pode explicar. Está lá, destruindo nossa cabeça por um tempo, e corrói do jeito mais completo que algo pode corroer. Dói, queima, arde, cicatriza e seca. Se foi. Aquela sensação horrível e interminável de dor e espremer se foram, junto com o todo que existia ainda de um temer fundamentado de algo que queria querer. 

Agradeça a si mesmo quando for, foi seu o deixar ir, e esta melhor agora que não teme mais ao temer.