quarta-feira, maio 22

Salgando meus olhos de saudade, talvez eu venha a te ver.

O mar subiu na calda do meu piano negro
Ficou molhado, salgado, tão triste.
Uma onda alta, forte e rápida.
Levou toda a música que ali já não mais existe.

Eu tinha sonhado com ele no dia anterior. Olhava pra mim com a raiva de não mais querer meu amor
Mas sem resistir, em algo que disse, ele se deixou sorrir
Talvez eu não devesse ter falado com ele por ter sonhado
Eu achei que estava errado. Que eu precisava dele. Mas o deixei ir.

Eu bebi pelas veias pesados litros do soro da minha própria agonia
Não achava que por vestir outras roupas e ter que tirar as minhas eu sofreria
Foi assim por achar que por sempre eu perderia a Lua na luz da melancolia.

Sempre soube porém, que por não saber de mim mesmo, eu saberia o mundo
Talvez eu tenha chorado, perdido, fugido, corrido e pouco provável me encontrado
Quem sabe eu ainda esteja correndo no alto, e tão logo ou tão longe te ache lá no que um dia foi fundo.

sábado, maio 11

Tom

Meu amado, Tom



De todas as coisas tristes no mundo
Do que posso manter em mim
De quem tive, de quem fui e fiz fazer
É o único de todo que compreende o amor por não deixar meu amor vibrar.  Você era assim.

Se entendeu durante o tempo que viveu o como dói o peito
E como é difícil aceitar fazer ele não mais doer
Por querer estar vivo
Por sempre esperar para poder ver você.

Meu amado, foi único.
Só nós vemos essa vida desse modo que ela poderia ser -
Bela, rápida e triste. Foi a Lua.

Se foi desta vida, mas deixou no mundo, tudo o que todos deveriam enxergar. Você.
Sua vida foi tão breve antes da minha, e logo se fez morrer.
Meu amor amado.

domingo, maio 5

Dois

II


Eu não deveria ter tido meu tempo?
Algo que eu precisava esperar e deveria ter esquecido
 e passado por cima do que não podia calar?
Pra então poder ficar- Abrir um espaço no meu peito e te deixar rasgar.
Como se invadisse a vida que sempre dizia esperar?

Era eu o tempo todo.
Era você me olhando de frente.
Eramos os dois esperando por nada.

sábado, maio 4

Gloriosa


  Minha casa é um lixo glorioso. 
Os cômodos são todos cheios de quadros, livros, desenhos, panos
perfumes e lembranças. Ando de um lugar para o outro durante o tempo todo que fico aqui; Como, ouço os sons das músicas, deito, escrevo, vejo a televisão e quando posso e lembro - durmo.

Gosto da banheira, de ficar nela sentindo a água tão quente ficando morna
O cheiro dos óleos que impregnam em toda parte de cima da casa.
Me enrolo nas toalhas e ligo o ar quente quando o Sol  não se fez presente para esquentar meu quarto lá pelas 6 horas da tarde.
Esquento a água, pego um pote de chá, bebo e deito.
É lá que eu quero estar.