quarta-feira, maio 22

Salgando meus olhos de saudade, talvez eu venha a te ver.

O mar subiu na calda do meu piano negro
Ficou molhado, salgado, tão triste.
Uma onda alta, forte e rápida.
Levou toda a música que ali já não mais existe.

Eu tinha sonhado com ele no dia anterior. Olhava pra mim com a raiva de não mais querer meu amor
Mas sem resistir, em algo que disse, ele se deixou sorrir
Talvez eu não devesse ter falado com ele por ter sonhado
Eu achei que estava errado. Que eu precisava dele. Mas o deixei ir.

Eu bebi pelas veias pesados litros do soro da minha própria agonia
Não achava que por vestir outras roupas e ter que tirar as minhas eu sofreria
Foi assim por achar que por sempre eu perderia a Lua na luz da melancolia.

Sempre soube porém, que por não saber de mim mesmo, eu saberia o mundo
Talvez eu tenha chorado, perdido, fugido, corrido e pouco provável me encontrado
Quem sabe eu ainda esteja correndo no alto, e tão logo ou tão longe te ache lá no que um dia foi fundo.

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