domingo, julho 21

Não amar. Desamar.

Uma vez me disse ter visto sempre o Céu chover
Não sei mais.

Era de costume perder toda a noção do que existia fora daquela visão da garoa caindo
A luz que a refletia, como se fosse queimar. Mas não.
Era você do outro lado do mundo de dia, e a noite que aqui se fazia.
Também não mais.

Eram os dias esperados
As manhãs bem acordadas
As tardes em que dormia
As noites de trabalho
Em madrugadas de agonia.

A chuva começa a fechar, visão a embaçar.
Não ver, não ter. Esperar.

Eu não sabia do seu mundo, como era ter essa idade de tanto se desprezar
Agora me acontece, vejo o que via cair e só agora sei como enxergar.
Tarde. Cedo. Na hora em que não sei começar.

Talvez os fios dos postes molhem com a água da chuva e queimem
Talvez a luz acabe aqui e me faça parar
Talvez, talvez, eu não sei mais o que sinto quando continuo a olhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário