segunda-feira, outubro 15

Lacrimejando Saudades Dele.

[] LSD

 Essa noite uma luz abriu minha janela. Eu corri com pressa para não perder o que era.
Cinco planetas giravam a minha frente; grandes, brilhantes e muito, muito altos.
Chovia muito, aquela água forte derreteu a minha frente, e vi a cor infinita deles escorrendo pelo chão da rua escura na madrugada. Aquela água os levou pra sempre.
Sem sono continuei caminhando por dentro da casa, uma casa gigante, com milhares de quartos e ninguém dentro. Pouco depois, estava cheia de pessoas que nunca havia visto - quem eram eu não poderia dizer. Vi num passar, muitas delas dentro de uma enorme bandeja. Por minutos se foram de lá.

Hoje consegui sentir você fugindo de dentro de mim. Eu deixei ele ir embora mesmo sabendo que sentiria falta logo em seguida. Sabia que me amava e queria estar comigo, imaginando como tudo seria. Pensei hoje no seu rosto se esvaindo. Queria que se perdesse comigo, em tudo que na época eu tinha medo. Volte até mim.
Nunca quis te ver fugindo.


Alma arrependida.
Me tire desse aquário que não quero mais morar.


Andando na rua, três raios caíram em mim, me fritaram no íntimo. Vi meu cérebro cair. Por graça veio a chuva, e levou toda a cinza que encostava em meu corpo.
Me purificou.
Vi um movimento passar por mim; rápido, feroz. Imaginei um animal, tive medo, então voltei. Sentei de volta a minha janela, com as pernas para o lado de fora, para que pudessem molhar. Um monge sentou a minha frente, sob a chuva, a água molhava tudo, menos ele. Vi sua divinidade surgindo. Só me olhava fixamente, enquanto eu me molhava por inteira com medo daquelas gotas que brilhavam tanto. Era bonito aos meus olhos, algo bom de ver, suas vestes claras e olhar de paz me fizeram chorar.
Ouvi ele perguntar o por que eu estava ali, se estava perdida. Mesmo ouvindo ele falar, pude notar que ele não se mexia, nem ao menos seus lábios para que o som do que dizia pudesse se notar. Sem entender, respondi que todo aquele tempo eu estava em casa, mas mesmo assim, perdida.
Ele me pegou pelas mãos, me puxou pra perto. Seu corpo era frio e liso, como aparentava ser. Agora que estava próxima a ele, pude notar que ele também estava completamente úmido. No meio daquela rua de concreto e baixa hora da madrugada, ele me teve. Ali.
Há tempos eu não sentia nem sequer a chuva chegar até mim, mas dessa vez, pude sentir cada parte dele no que aconteceu.


Deitada no chão quente, eu vi uma nuvem nascendo ao meu lado. Se fez subir, subir... Até eu não mais poder ver. Quando notei, ele também havia desaparecido. Do ar, senti algo bom chegar, então, me mudei de lá.


-
Outro:
Era um homem ou não?
Sempre sonhei com seu rosto forte pedindo para provar tudo o que tinha em mim. Sabia que estávamos distantes por muitos anos e no tempo. Mas eu sempre o quis.
Ouço sua voz pedir pra eu voltar pra casa, e quando eu chegar, você estará lá.
Quero. Seus gritos em mim.
Lua grandiosa, faça tudo aquilo voltar.


[.]

Da ultima vez não chovia - foi um guerreiro que me puxando pelos braços, quebrou tudo que havia nas ruas que passávamos. Doentio, não tinha medo do que poderia acontecer. Mesmo assim, eu gostava de ver.




- Todos as pessoas daquele ano futuro

 Um trem nós levou até o tempo onde ainda não tinhamos do que nos arrepender. Todos entraram, com suas passagens apenas de ida. Depois que entrassem, nada do que os atormentavam iriam lembrar. Vi todos perderem a expressão de tristeza e se tornarem um corpo plástico; sem passado nem presente. Eram nada.  Sem sucesso, eu desci de lá com tudo o que entrei pensando em esquecer. Fiquei anos dentro daquele vagão só assistindo as perdas no olhar. Em vão fui viajar.
>Por anos:
Me internei em um convento, esperando a paz eterna chegar. Chorei, corri, senti falta do que era ruim, até me silenciar.
Vi o Sol brilhar. Era tão puro, eu não podia aguentar. Mas aqueles tempos com amor ei de lembrar.

.
.
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Em uma avenida suja, só cacos de garrafas quebradas me acompanhavam andando por lá. Homens sujos e velhos mexiam quando me viam passar. Eu, mantinha os olhos fixos nele, meu menino que sempre vou amar. Longe, na porta de um bar. Fumando sem parar. A sensação não era real, nunca estive lá.
Caminhei até ele. Lindo, com a jovialidade que nunca irá acabar. Me beijou tão fundo que não consegui mais voltar. Morri lá. 



...

Oh, meu ser em vão. Tenho corrido na contra-mão.
Achei-me pra sempre e depois me perdi. Tenho medo de ti. Pobre alma a se desesperar. Hora me amo, hora não quero acordar. Tive tantos e não nunca pertenci a nenhum lugar.
Já amei tanto ele e depois esqueci. Já usei tanto da boa vontade alheia e me arrependi.
Perdão ao que larguei, ao que enganei e ao que menti.
De tudo nessa vida pelo qual nem sei por que tenho medo ou não. Sofro e choro gotas douradas sem fim. Me abençoe meu Deus, sempre acreditei em ti. Permita que meu caminho eu continue feliz, com tempos de poder enxugar tudo o que eu não queira que mais estivesse ali , mas não apagar tudo que fez e fará parte de mim.



A água enfim não os levou para semp
re.