sexta-feira, novembro 4

Tangencial

Rendo-me ao meu fim do mundo
ou o meu mundo inteiro, não sei como posso ver.
Fundo...O mergulho foi muito mais fundo do que pensei conseguir ir, pra minha infelicidade ou não. Destruí todo o cínico que havia aqui.
Os pulsos que nunca foram cortados, agora sangram sem parar no interior desse corpo frio e gela tudo, fazendo correr um calor incômodo que atravessa tudo por dentro. Meu medo é esse.
Se cortar uma veia desses defeitos tão notaveis pode ser fatal,
e não sei qual deles hoje me mantém permanecer em pé.

Seja por essa fenda que não consigo ultrapassar, mas ainda assim passo, ou permaneço por tempos. Nenhum medo das chuvas, nem das tempestades; e sobre as ventanias, são tão agradáveis...
Essa terrível limitação do viver do que é passível de fazer sentido, mal sabem eles a felicidade que é brilhar no próprio pensamento, desgovernado de saber o porque.
E se real, existindo ou não, se eu acredito no que existe la fora, isso já fazem eles existirem, e continuam me chamando...

Em meio essas duas madeiras que abrem para a luz do sol e o vento da noite, choro com um medo fetal sem razão, ao mesmo tempo em que vejo luzes passando por mim, rápidas e sem rumo. Mesmo assim, infinitas. Pequenos satélites.

Sei que posso estar aqui, vendo o que as pessoas vêem, ouvindo e provando do quem olham, mas sentindo...acredito que não mais, não como eles.
Mas ainda existo.