sexta-feira, novembro 4

D.

Não entendo mais. Mudou.
E já decorei de tanto ver os traços na minha frente
Bem feitos, mal feitos, eu sei exatamente como são
Só não sei mais de quem são.
O que eu conheci, vivi e senti, não pertence mais ao que é agora
Era puro
Era claro
Era o dia.

O que vejo não conheço
Não é mais meu, não tem mais nada de meu
Não brilha mais, não me faz pensar, não é mais.

De todas as horas contadas depois que o sol desaparecia
estavamos aqui
Eramos aquilo
Viviamos de nós
Agora
Não mais.

Deixo
Estou deixando ir
Segurando uma parte ainda pelo medo de me arrepender e querer de novo
Mas deixo...
se voltar a ser um dia o que fomos um dia
Não terei só a parte que não deixei ir
Terei completo
O todo que deixei aqui.