sexta-feira, março 14

Da Bússola

Eu estava perdida no Mar
Boiando fria, branca e gélida
Ele me puxou pela mão em meio as ondas tão fortes e negras
Me pegou como uma pesca bem feita e me beijou a boca
Tirou minha alma como quem tem fome há tanto
No seu barco fantasma nada havia de muito precisar se levar
Uma bússola, um litro de bebida, uma âncora que seria capaz de afundar o mar
A corrente se fazia intensa, o seu barco a pesar
De algo dali ele precisaria se livrar para que seu barco então conseguisse novamente ver terra
Não podia esperar dele nenhum ato óbvio, sensato - ele não é assim
Disse que me amava e tão logo junto a mim iria se encontrar
Engoliu a bússola, se banhou com o rum e amarrou a âncora a mim
Apertou-me tão forte contra seu próprio peito
Me jogou de volta ao mar.

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