sábado, fevereiro 1

Fim de Tarde

Ele é um fim de tarde
Aqueles poucos e tão perceptíveis momentos entre o fim do dia e o escuro completo
Fim da tarde, começo da noite
Te conheci nela, e nela, a noite completa, ficamos juntos
Por um átimo sentimos um tão forte transportar de verdade de ambos
E naqueles segundos que pudemos nos ver, roubamos o mal que carregavamos há tanto
Passando em uma corrente junta o liberar da dor que estávamos sentindo
Por outras coisas, por outros tempos.
E você é assim, novo para mim; O que sempre achei que não existisse fora do Eu
Vai e vem. Fala e sai. Diz o que precisa e tão logo se esvai.
Eu sempre fui assim...
Hoje, ver e saber que também você em sua existência vive e pensa assim
Acho, de alguma forma metaforica, o tanto mal que fiz a outros tem se materializado no que é você
Um ser que se criou da muita fumaça ruim que fiz fazer todos esses anos e anos
Existe enfim, esse que é tão igual a mim
Que mesmo que, em sua repulsa pelo todo que cerca o que vive aqui, sabe saber de mim
E desgosta o dia que existem, só sabemos ser e viver a noite
O encerrar do dia, se fez noite. Nela, e só nela, acho que sabemos sair do que temos fingido ser
Viver e ser, o que encontrou em mim - eu em você.
Fim de tarde, estou a te conhecer.
E viver. Só.

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