sexta-feira, novembro 21

Pouco. Tudo.

Imagino o sol fora da minha janela embaçada, como vejo todos os dias ao acordar. Mas dessa vez vejo nós dois olhando através dela, minha janela. Numa manhã de sol e ar fresco.
A luz entra, e sinto a brisa passar vagarosamente em meio aos fios de cabelo.
Tentamos espantar a terra do sono.
E mesmo sabendo que não faremos nada o dia todo, o dia se valerá.

Levanto, com uma força fraca que me puxa, e saio da minha segurança fechada.
Sentada no jardim, com um vestido qualquer de cor leve, puxo meus pés para cima da cadeira, estão brancos e limpos, como lá.
Sentada frente a uma mesa que fica ao lado da pequena vala de água que corre
Ouço, um som tão doce.

Ascendo o fogo, preparo com calma o chá que iremos beber por horas. Surpreendo-me por duas mãos puras e fortes deslizando meus quadris - Tão calmo, tão fundo. E toca tudo o que precisa. Como quer. Onde e como preciso. Horas ali. 
Meu menino
Agora você sabe.
Tão forte. Só um menino.


Mil vestidos para colocar e você ver. Todas as atuações para fazer. Tudo como quiser.
Me encha com seu brilho.
Te colocando agora sempre no meu show.

Precisando ter. Chorando sem saber o quanto mais vai querer.

Um túnel de luzes, milhares delas. Sofro de medo à noite fria.
Sofria...

Olá paraíso. Acordei. Te vejo em luzes douradas me segurando fraca.
Com jeito, fico segura em seu colo. Não temo mais. Fique aqui.


Danço no jardim a noite, giro com as estrelas. Minhas estrelinhas; Você dali olhando sentado, com as mãos apoiadas próximo ao rosto, apenas sorri, vendo como se pode ser feliz numa noite sem nada. Com tão pouco.

Uma vida. Como eu posso? Como podemos? Não temos nada.
Temos tanta coisa.
Tudo.

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