terça-feira, dezembro 27

Sobrevivi

    Se existe uma coisa que penso agora, aqui sentada nessa cadeira é: Para onde estou indo?
Agradeço a certas pessoas que passaram pelo meu caminho durante todos esses anos. De verdade agradeço.
Alguns caminhos que andei por esses anos que tenho ido atrás de algo, alguns deles foram amargos, verdadeiramente difíceis de engolir. Aceitações sem fundamento, pessoas sem importância, mas que permaneciam diante de mim, momentos perigosos e que me fizeram sentir medo, sem vergonha de dizer, sim, tive medo. Mas foi necessário. Por outro lado, alguns lugares onde passei foram doces,  doces ao ponto de me fazer chorar por não acreditar totalmente no que via, não crer que certas coisas eram reais, mas eram. Foram.

Penso agora, de um modo mais calmo do que de costume, em um caminho, o meu, o de alguém, o de muitas pessoas. Quem sabe. Independente do de quem for, estou nele, caminhando hoje e chegando amanhã. Amanhã caminhando para o depois de amanhã, e assim por diante. Meu mundo. Continuo.

Horas de olhar para o céu e não ver nada além da noite, escura e fria. Nada explícito, nenhum guia.
Horas que olho e vejo um céu coberto de nuvens desenhadas com perfeição, mesmo dessimétricas, ainda assim são perfeitas, desenhos de um Deus completo. E vejo tudo claro em minha cabeça, cada passo que quero e devo dar, até onde quero, até onde vou, até chegar lá!
Nuvens... percorrem o céu devastando o ar, desfazem figuras que ficamos a olhar. Horas que meu céu são ondas de outro lugar. São pensamentos que vão, vão, deformam, não os vejo mais, mas logo ali na frente, mesmo que seja em uma forma diferente, encontro de novo.

Hoje...  não penso mais em cálculos do que e como fazer. Acontecem.
Espero pelo que quero, como qualquer ser normal, e provo de um gosto diferente dessa vez, não amargo como de uma vida de anos atrás, interrompida pela imaturidade. Nem doce demais como de tempos em que acreditava que de tudo era capaz. Não. Provo hoje do meu mesmo, por anos condensados dentro de uma mente que constantemente inconstante girava sem conseguir ao menos se olhar. Mas hoje, hoje sim, hoje é o dia de tudo começar.

Sobrevivi.

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